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DEZEMBRO / 2008

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Primeira Edição

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[BITS, BYTES& BATOM]

[E AGORA, JOSÉ?]

[EM DESTAQUE]

[EM DEBATE]

[EM SOCIEDADE]

[INDÚSTRIA]

[HOW TO]

[LÁ DE FORA]

[O2] - 1

[O2] - 2

[ETC & TAL]

[EVENTOS]

FIM

v01n01:40

HOW TO

EDIÇÃO Dezembro 2008

Como preparar seu CV Lattes

O CV Lattes é um banco de informações curriculares mantido pelo CNPq, que se tornou uma referência nacional para os profissionais de nível superior no Brasil. Esse banco continua crescendo em volume e importância, por sua utilização tanto no julgamento de solicitações apresentadas a agências de fomento – objetivo original de sua criação – quanto para a busca de estagiários e funcionários nas empresas, alunos e bolsistas nas universidades, além de muitas outras atividades em que os currículos são parte do mecanismo de escolha. Portanto, manter seu Currículo Lattes com as informações completas e corretas é mais do que uma opção, é um diferencial para todo profissional de nível superior no Brasil, seja para quem pretende ingressar no mercado de trabalho empresarial, para quem pretende seguir a carreira acadêmica, ou para quem já está na estrada, não importa há quanto tempo. Mostramos aqui como encarar a tarefa de criar e manter seu CV Lattes atualizado, fazendo com que sua experiência profissional seja representada apropriadamente nesse banco, utilizando a os recursos e especificidades desta ferramenta, para que ela reflita corretamente seu perfil profissional.

A partir de meados da década de 1980, o CNPq deu início à coleta sistemática dos currículos dos pesquisadores financiados com recursos daquela Agência. O objetivo era facilitar o julgamento dos projetos e relatórios que por lá tramitavam, facilitando o trabalho dos técnicos e assessores, além de promover, como uma agência de fomento à pesquisa, o intercâmbio de informações sobre os pesquisadores brasileiros entre universidades e instituições de pesquisa. No início dos anos 1990, o CNPq criou o Sistema BCUR, baseado em formulários eletrônicos, onde o próprio pesquisador preenchia seus dados e os submetia ao CNPq em disquetes. Esse sistema evoluiu e serviu de base para o lançamento do Sistema de Currículos Lattes (CV Lattes ou apenas Lattes) em 1999. Hoje, esse sistema incorpora informações de mais de 1.100.000 de currículos, constituindo-se na maior base de informações profissionais existente. Seu objetivo fundamental continua sendo servir de subsídio à análise de projetos submetidos ao CNPq, mas a riqueza da informação que ele incorpora estimula seu uso para julgamento dos currículos de pessoal de nível superior por praticamente todos os órgãos financiadores e universidades nacionais, e por grande parte das principais empresas atuando no país que valorizam o viés de formação científica de seus funcionários de alto nível.

Hoje, o CNPq disponibiliza publicamente os currículos individuais, além de permitir que universidades e empresas recebam diária ou mensalmente as coleções dos currículos de todas as pessoas vinculadas àquela instituição, ou que atuem em áreas de seu interesse. O sucesso alcançado pelo CV levou-o a ser adotado na Colômbia, Equador, Chile, Peru, e Argentina, além de estar sendo implementado em Portugal e Moçambique.

A base de Currículos Lattes é utilizada por virtualmente todas as agências de fomento à pesquisa no Brasil, e por muitas das principais empresas. Assim, para um profissional de nível superior, manter o seu currículo correto e atualizado é como disponibilizar a apresentação de seu cartão de visita, divulgando sua formação e competência. Para quem está terminando seu curso superior e vai sair em busca de emprego, ter o Lattes disponível é muito importante. Para quem está no ambiente acadêmico, ele é obrigatório, já que a análise e concessão de bolsas são fundamentadas nele.

Neste texto apresentamos como encarar a tarefa de criar e manter seu CV Lattes atualizado, registrando além de sua formação acadêmica, também sua experiência e perfil profissional. Algumas pessoas podem imaginar que o Lattes destina-se somente aos pesquisadores que pleiteiam recursos em agências de fomento, não a alunos que ainda mal se formaram. Isso é parcialmente verdade, dadas sua a origem e motivação. Mas ele é adequado para descrever os aspectos mais importantes da vida profissional de qualquer pessoa com nível superior, e seu uso, mesmo fora da academia, tem aumentado bastante. Portanto, crie já seu Lattes, pois quanto mais cedo começar, mais fácil será lembrar-se das informações necessárias para preenchê-lo. E, acredite, um dia você vai preenchê-lo. Nas seções seguintes apresentamos algumas dicas para quem está terminando ou recém terminou a graduação, para quem está fazendo sua pós-graduação, e algumas dicas até para quem já está na estrada há bastante tempo.

Recomendações para todos

Entender a motivação da existência do Sistema Lattes é importante para organizar seus dados e identificar como descrever lá suas atividades. Lembre-se: o Lattes foi construído para uniformizar tanto o conteúdo quanto a organização dos currículos. Quem analisa um currículo espera encontrar as informações apresentadas segundo um padrão específico, portanto vai procurar o que lhe interessa diretamente onde espera encontrá-lo. Portanto, o avaliador de um currículo Lattes não precisa lê-lo todo, como precisaria num currículo sem padrão. Isso facilita o trabalho de quem deve julgar muitos projetos, as vezes dezenas deles, para classificar a distribuição dos recursos das agências de fomento, contratar pessoal, etc.

Portanto, considere que o avaliador não vai necessariamente ler seu currículo inteiro, ele vai direto onde espera encontrar o que está procurando. Se a informação não estiver lá, mesmo que esteja em outro lugar, ela pode não ser encontrada! Além disso, ela deve estar descrita de maneira adequada, classificada corretamente, e com todas as informações pertinentes. Lembre-se também: você é um especialista na sua área de conhecimento, mas o avaliador pode não conhecer essa área tão bem. Então, coisas que parecem óbvias para você, podem não ser para todos que vão avaliar seu Lattes. Portanto, cuidado com o uso de abreviaturas, siglas, etc. É também muito importante preencher todos os campos de cada item.

Um dos aspectos mais importante do Lattes corresponde à descrição de resultados de suas atividades. Portanto, organizar seus resultados e descrevê-los nos lugares certos e de maneira correta é fundamental. Existe espaço no Lattes para você descrever o fato de ter participado de orientações, eventos, projetos, cursos, etc., mas numa avaliação, muitas vezes é mais importante ver os resultados que essas atividades produziram do que as atividades em si. Então vamos começar com a organização geral de sua produção.

Regra 1: “O que você fez deve ser colocado no currículo, e ficando claro o seu valor real”.

Para um avaliador, você só fez o que está no currículo. Então, se você quer que algo seja reconhecido, tem que estar lá. Por outro lado, a descrição tem que permitir ao avaliador reconhecer o valor da atividade, seja pequeno ou grande.

Vamos a um exemplo. Para um pesquisador com longa lista de publicações, um artigo num evento de Iniciação Científica tem pouco valor… como publicação. Mas ele é importante para caracterizar que a orientação daquele aluno deu resultados. Como a orientação é importante para o pesquisador, ele a colocará no currículo, como orientação de IC. Isso dá o peso devido a essa atividade. Na lista de publicações, ela deve aparecer claramente como sendo de um evento de Iniciação Científica, com o nome do orientando como co-autor, provavelmente o autor principal. Isso mostra que aquela não foi uma orientação sem resultados e a valoriza. Também para o aluno esse resultado é importante, pois mostra que ele de fato obteve resultados no projeto em que participou.

E assim como não se deve desprezar algo que a primeira vista pode ser considerado pequeno, não se deve “inflar” a relevância de resultados. Ou seja, se você tem um artigo num evento paralelo ao principal, que é geralmente menos seletivo do que o principal, deixe isso claro. Por exemplo, se é workshop associado a uma conferência indique o primeiramente o nome do workshop e sua conexão com a conferência principal. Se for um resumo, indique esta condição no campo “Natureza” da publicação. Registre o número de horas de cada curso, o seu grau de participação em cada projeto, o número de páginas de cada artigo, mesmo que seja publicação em CD, on-line, o que deve ser também indicado no campo “meio de divulgação”. A não indicação de número de páginas do artigo pode levá-lo a ser classificado como resumo. Lembre-se que nada desmoraliza mais um currículo do que uma informação colocada de maneira que dê a impressão que o dono quis induzir a supervalorização de algo. Algum item a mais ou a menos num currículo pode não fazer você perder um projeto, mas um item que dê essa impressão pode. Além, é claro, de ser anti-ético.

Regra 2: “Cada atividade é mais importante se tem seu resultado registrado”.

Você participou de um projeto? Indique como participou. Na descrição do projeto, o responsável deve descrever o projeto, mas quem participou sem coordená-lo deve descrever a sua contribuição/participação. Sempre indique os resultados que você obteve: artigos, software desenvolvidos, orientações (como orientador ou orientado), etc. Desenvolveu algo, um software, uma técnica? Registre, junto com os artigos que isso gerou, relatórios técnicos, participação em eventos, etc.

Recomendações para Alunos de graduação/recém graduados

Quando estamos nos formando, temos ainda poucas coisas para colocar em nosso Lattes. Isso não é motivo para não ter o Lattes! Anime-se: colocando agora você o preenche sem despender muito tempo. Mas registre tudo sempre pensando em quem vai analisar seu currículo. O que você fez que você quer que seja visto?

Neste caso, provavelmente a maior parte das suas informações estará na seção Dados Gerais. Coloque lá os seus dados pessoais, endereço, etc. Para quem está procurando o primeiro emprego, indicar a formação regular, desde o ensino básico é importante, mas não esqueça de outros cursos realizados. Cursos curtos, de extensão, MBA, entre outros, são colocados como Formação complementar – nunca deixe de colocar o número de horas desses cursos. Suas atividades profissionais são colocadas associadas à instituição onde você as desenvolveu. Faça isso cadastrando sua Atuação profissional, o que é chamado um Vínculo. Associadas a cada vínculo, você pode registrar suas Atividades.

Não deixe de indicar sua proficiência em qualquer idioma estrangeiro na subseção Idiomas, e indique os Prêmios e Títulos que porventura tenha recebido. Uma descrição breve sobre sua capacitação e atividades, além de seus pontos fortes deve ser colocado na subseção Texto Inicial. Aliás, se você não o preencher, este texto é gerado automaticamente pelo sistema. O Lattes costuma acertar bem, mas seriamente considere fazer o seu.

Ainda há atividades cujas descrições não estão contempladas no Lattes, mas pode ter certeza que a maioria está. Se de fato houver algo que você não conseguiu colocar em nenhum tópico da estrutura regular, considere colocar na subseção Outras Informações Relevantes. Nesse tópico não cabe muita coisa (próximo a meia página de texto), mas a maior motivação para não colocar muita coisa aqui, é que se alguém estiver procurando algo que deveria estar na estrutura regular, ele dificilmente procurará aqui. No entanto, aquilo que realmente não tem mais onde colocar, registre claramente neste campo.

Terminei a Graduação! Saindo para o mercado de trabalho

Complete o seu Lattes indicando o ano de término de curso. Qual o primeiro campo que teu futuro empregador irá consultar no Sistema Lattes? Arrisco a dizer que é sua formação, e às vezes faz isso também para saber a região de onde você vem. Você pode não se dar conta disso, mas como em algumas regiões as pessoas têm um determinado padrão de mobilidade, o empregador pode querer ver a qual padrão você pertence olhando sua formação. Depois, vem o que foi feito de especial durante a graduação. Lembre-se dos trabalhos – de formatura, feitos sob alguma orientação (não precisa necessariamente ter tido bolsa), etc. Esses itens aparecem como Produção Técnica. Se você organizou, ou ajudou a organizar eventos, coloque-os em na seção de Eventos. Embora seja mais para o pessoal de ciências humanas, se você tem alguma Produção Cultural (vídeo, filme, entre outros) não se esqueça de registrá-los.

Recomendações para alunos de pós-graduação

Se você está iniciando, ou se já está cursando mestrado ou doutorado, certamente você já tem seu Lattes, e as recomendações para os recém graduados estão atendidas. Mas para quem está na vida acadêmica, embora ainda no início (ou nem tanto assim!) o Lattes tem algo a mais. Para começar, você está participando de ao menos um projeto (seu projeto de mestrado ou doutorado). Descreva-o sucintamente nos Dados Gerais da seção Projetos, mas não se esqueça de colocar qual a sua participação nele. Qual é a sua parte, a sua contribuição para o projeto? Quem está analisando seu currículo, está interessado em você, não nos projetos de seu orientador. Aliás, ele freqüentemente está interessado em saber como você se portará de modo independente.

Depois vem sua Produção Bibliográfica: os artigos que já tem publicados, os textos de divulgação, e claro, outros artefatos que tiver criado. Estes entram usualmente como Produção Técnica. Patentes são muito faladas, mas elas são normalmente a coroa de diversas outras atividades que devem estar descritas: software desenvolvidos, técnicas, algoritmos. Em essência, qualquer resultado palpável que está descrito na sua dissertação, tese ou nos artigos publicados deve estar registrada como produção técnica. Atenção especial deve ser dada ao item Software, pois há alguma confusão a esse respeito. Software é algo que se distribui. Não é um programa que só você roda. Se você desenvolveu programas que os outros usam, que está à disposição em alguma página na Internet para ser obtido livremente ou comprado, registre-o no Lattes. Mas se o que importa é a idéia que está no software, o qual você codificou apenas para sustentar uma resultado defendido na tese, registre a idéia! na subseção Processos da seção Produção Técnica. Aplique a Regra 2 aqui: sua tese, artigo, etc. tem mais valor quando tem um resultado, seja um software ou um processo associado.

Defendi meu Projeto de Pós-Graduação! Saindo para o mercado de trabalho

Para quem fez um curso de pós-graduação, os artigos acadêmicos publicados em veículos seletivos e representativos da área são o ponto alto de sua atuação. Então preste muita atenção, tanto para conseguir realizar as publicações quanto para descrevê-as em seu currículo. Ter concluído o mestrado, ou pior ainda, o doutorado, sem publicações, indica um trabalho com pouco valor agregado. Aqui é a Regra 2 operando no limite: universalmente se espera que mestrados e doutorados tenham resultados, que precisam estar bem descritos em artigos, e é importante classificar sua publicação muito bem. Como para cada área essa classificação pode variar, lembro que estamos falando aqui para os integrantes da área de Computação.

Em nossa área, os artigos podem ser em periódicos, capítulos de livro ou eventos. Parece simples, mas podem surgir dúvidas. É freqüente classificar publicações erroneamente. Periódicos são revistas acadêmicas, elas publicam textos técnicos que mostram inovação. Revistas que publicam textos de divulgação, textos de atualização para profissionais, etc. não são acadêmicas. Por exemplo, SQL Magazine, Linux World, Pesquisa FAPESP e SBC Horizontes são revistas de divulgação, portanto algo publicado nelas é um Texto em jornal ou revista (magazine) . O mesmo vale para eventos: espera-se que um Trabalho Publicado em Anais de Eventos corresponda a um artigo que contenha inovação. Atividades realizadas em eventos voltados à formação profissional ou à treinamento de técnicas e ferramentas específicas são mini-cursos ou palestras ministrados ou cursados.

Um outra dúvida freqüente surge quando um evento tem seus anais publicados na Lecture Notes da Springer Verlag ou como um número especial de um periódico. Nesse caso, vale a forma de julgamento do artigo. Se ele foi submetido e julgado para o evento, ele é um Trabalho Publicado em Anais de Eventos, não importa o meio usado para publicar os respectivos anais. É claro que um artigo julgado para publicação num número regular do mesmo periódico, ou um artigo convidado como extensão de um artigo em evento, é um Artigo em periódico. A série Lecture Notes é uma fonte de confusão, pois tanto publica anais de eventos quanto livros regulares. Se o que você publicou é um texto convidado como capítulo de livro, não algo selecionado para um evento, possivelmente incluindo múltiplas revisões, então o classifique como Capítulo de livro. Note que não existe uma “relação de ordem de importância” entre periódicos, capítulos de livro ou eventos. Cada caso é um caso, o importante mesmo é classificar corretamente para que quem lê o Lattes entenda a que o artigo corresponde.

Qualquer que seja o tipo da publicação, hoje o meio de divulgação pode ser papel com distribuição ampla, com distribuição local, por meio digital, ou pela internet. A princípio, o meio não influi sobre a qualidade do artigo ou da publicação. O que vale é como ele foi julgado – qual foi o processo de julgamento – é o corpo de revisores (Comitê de Programa ou Corpo Editorial) que dá o peso da publicação. No Lattes, somente classifique como periódico, evento, ou capítulo de livro aqueles que passaram por um processo de julgamento de mérito acadêmico. Os que não passaram por esse julgamento, classifique como Outra Produção Bibliográfica, e para cada um indique corretamente sua Natureza. Um artigo em periódico de qualquer SIG da ACM é muito importante, dá muita visibilidade para os autores – mas tipicamente não é um artigo que passou por um processo de arbitragem, pois a decisão de publicá-lo ou não cabe só ao editor, baseado em critérios tais como o interesse da comunidade, e não no mérito técnico da contribuição contida no artigo.

Também é importante considerar se a publicação é completa, resumo, resumo estendido, etc. Muita gente pergunta quantas páginas tem que ter um artigo para ser completo. Não existe um número para essa resposta. É consenso que um artigo com no máximo uma página é um resumo, mas fora isso, o que vale para ser completo é ter toda a idéia detalhada no artigo. O que isso quer dizer? Um artigo completo tem que dar detalhe suficiente para que os conceitos e experimentos descritos possam ser reproduzidos. Se ele tiver essa característica, ele é completo – lembre-se que o artigo que apresentou a hélice dupla de DNA tinha duas páginas! Por outro lado, se não for possível reproduzir os experimentos de um artigo, mesmo que ele tenha 15 páginas, não será completo.

E para finalizar, classificar bem cada artigo é tão importante quanto ter sua descrição completa. Um artigo tem que ter, sempre: número de páginas, veículo (editora) de publicação, idioma e meio de publicação – além dos autores (todos, na ordem que aparece na publicação), título e data, claro. Como colocar as páginas de um artigo publicado na web? Lembre-se que não é em quais páginas o artigo está que é importante, mas o número de páginas. A numeração das páginas é uma maneira de dar o número de páginas, que é conveniente para localizar o artigo em publicações em papel. Para publicações na Web existem duas maneiras de indicar o número de páginas. A primeira é indicar no Lattes a página inicial como sendo 1 e a página final como sendo o número de páginas do artigo. A segunda é indicar no Lattes a página inicial como sendo a ordem do artigo na publicação Web (por exemplo, indicar 4 significa que é o quarto artigo daquele volume na web) e a página final como sendo o número da página onde o artigo terminaria se tivesse começado na página inicial indicada (por exemplo, um artigo de 10 páginas iniciado na página 4 terminaria na página 13). Tente ser consistente nessa escolha, em todo o seu Lattes.

Dicas e recomendações finais

Os aspectos mais relevantes nos julgamentos têm lugar apropriado para colocar no CV Lattes. Mas realmente nem tudo que você fez, ou todos os detalhes de cada atividade, têm lugar preparado no Lattes. Para os casos omissos, existem campos de textos tais como Outras Informações. Levando em conta que quem avalia um currículo em formato Lattes espera encontrar os itens em determinados locais, é importante seguir o máximo possível o padrão do Lattes, mesmo para os itens que não tenham lugar especial para eles. Se for um texto que não é nem artigo em periódico nem algo que está na lista de Produção Bibliográfica, mas é um texto, coloque no campo Outra produção bibliográfica, e descreva sucintamente o que ele é, bem como sua Natureza. Se for algo que resultou de um processo de criação, um algoritmo, uma técnica, descreva como Outra produção técnica. E assim vai. Somente se não dá para colocar em nenhuma seção, coloque como Outra informação relevante da seção Dados Gerais.

Sempre que você tiver que criar uma nova maneira de classificação, como uma nova Natureza de Outra Produção Técnica, tente padronizar: primeiro em seu próprio currículo, e depois em relação aos de outros pesquisadores de sua instituição. Para padronizar o seu currículo, sempre que for incluir um item novo, olhe antes como estão descritos os antigos e procure reproduzir o formato deles. Se precisar incluir um novo valor num campo de múltipla escolha, tente colocar valores que outros colegas de sua instituição usam – pergunte aos colegas ou olhe o Lattes online deles. Padronizar dentro de sua instituição é a melhor opção caso seu currículo venha a ser comparado com outros, e os avaliadores freqüentemente têm que fazer isso. Se o padrão da instituição já é conhecido, mesmo que seja local, já é um padrão.

Cuidado com cópia de blocos (cut and past), principalmente quando aproveitar dados de outros aplicativos (tais como a página do evento ou texto que você preparou em um editor de textos). Confira que os campos estejam compatíveis com os outros itens da mesma seção do currículo, que não faltem letras ou sobrem símbolos especiais, etc. Sempre leia o resultado final disponibilizado on-line. Não confie apenas nos campos que preencheu, você pode ter uma surpresa com a formatação final!

Mais uma recomendação: o Lattes é um sistema dinâmico, e ele muda com freqüência. Se você tem um dado que acha importante sobre alguma atividade, mas não sabe onde para colocar, coloque como Outras Informações. Esse campo normalmente não é impresso por quem acessa o Lattes, mas ele estará lá para você, se precisar no futuro. Porém, não se esqueça, ele pode sim ser visto, se alguém solicitar explicitamente na tela de geração do Lattes. Portanto, deixe esse dado num formato que outros possam entender e só coloque dados que outros possam ver! Por outro lado, ele deve ser conciso. Coloque por exemplo, qual a data de um evento? quantas páginas tem o texto defendido em uma banca que você participou? Mas não tem sentido colocar o abstract de um artigo…

Finalizando, seu CV Lattes é o documento mais importante que você tem descrevendo sua trajetória profissional. Cuide dele com carinho, e sempre o atualize pensando em quem vai utilizá-lo para te avaliar, julgar teu projeto, etc.

Obs: Palavras com fonte diferenciada indicam um campo do menu da tela de preenchimento do Lattes.

Sobre os autores

Agma cursou Bacharelado em Ciências de Computação pela USP (1983), mestrado em Ciências de Computação pelo ICMSC da Universidade de São Paulo (1987) e doutorado em Física Computacional pela USP (1991). É Professora Titular no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1D.
Caetano possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (1977), mestrado em Ciências da Computação pela Universidade de São Paulo (1982) e doutorado em Física Computacional pela Universidade de São Paulo (1986). É Professor Titular da Universidade de São Paulo. É Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 1C.


»Esta é uma publicação eletrônica da Sociedade Brasileira de Computação – SBC. Qualquer opinião pessoal não pode ser atribuída como da SBC. A responsabilidade sobre o seu conteúdo e a sua autoria é inteiramente dos autores de cada artigo.

v01n01/40.txt · Última modificação: 2020/09/22 02:31 (edição externa)

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