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SBC ACONTECE

EDIÇÃO Dezembro 2011

Novos Editores da SBC Horizontes

Conheça as pessoas responsáveis pela revista

Este artigo apresenta os novos (e não tão novos) membros do Corpo Editorial bem como os novos Editores Associados da SBC Horizontes. Nós, editoras, pedimos que cada um nos enviasse um parágrafo sobre Computação e sua experiência na área e uma foto (de preferência não formal). Gostaríamos mais uma vez de agradecer ao grande time que trabalhou na revista até a nona edição e dar boas vindas a esse novo time de voluntários!

A SBC Horizontes é coordenada por duas editoras-chefe, que trabalham em conjunto com o Corpo Editorial e os Editores Associados para preparar cada edição da revista. Juntando todo esse grupo de editores, são 31 pessoas das 5 regiões do país, de 17 cidades atuando em basicamente 14 áreas diferentes da Computação (arquitetura, business, IHC, redes de computadores entre outras). Além disso, 15 são de instituições de ensino federais, 8 de estaduais e 4 de particulares. Temos ainda 2 editores que trabalham na indústria e 2 que trabalham em centros de pesquisa. Finalmente, 28 concluíram doutorado entre 1974 e 2011.

As Editoras-Chefe

Agma M. J. Traina. Computação é fascinante! Seja pela sua dinamicidade intrínseca, seja pela sua característica simbiótica de impulsionar praticamente todas as ciências e de também ter seu crescimento impulsionado pelas demandas apresentadas em retorno das mesmas ciências. Minha paixão pela Computação se solidificou quando conheci as estruturas de dados e os algoritmos de acesso a eles, logo no primeiro ano do Bacharelado em Ciências de Computação do ICMC-USP. Sem dúvida a capacidade de ensinar e de motivar os alunos da jovem professora da disciplina fez toda a diferença também. Sempre me lembro dela quando estou preparando um curso novo, e de como ela se esforçava para tornar as aulas interessantes e motivadores para nosso aprendizado. Se não trabalhasse com computação, provavelmente estaria trabalhando em outra área na qual o pensamento lógico fosse importante, como engenharia ou matemática. Meu sonho de consumo para computação é ter sua acessibilidade ampliada para todos os níveis da população. A disseminação e o estímulo de acesso a uma gama enorme de conhecimento pode realmente fazer diferença em nosso país.

Mirella M. Moro. Computação é o hoje e o sempre. Comecei a trabalhar em Computação em 1995, quando ingressei no Bacharelado em CIC da UFRGS. Foi absolutamente impossível não me apaixonar pela área. Na verdade, acho que continuo me apaixonando pela Computação cada vez mais. Acredito que a carreira perfeita seja justamente esta: estar trabalhando apaixonadamente no que se faz. Sim, parece brega, né? Mas, acho que foi o Hopcroft (viram a entrevista dele na edição de [v04n01:23|Abril 2011]?) que disse isso, então vou parafrasear da minha maneira: se você trabalha no que gosta, então o trabalho deixa de ser trabalho e vira simplesmente prazer (vide foto do SIGMOD’11 em Atenas). Sou doutora, professora, pesquisadora, diretora, editora, subcoordenadora de curso e conselheira. Tudo ao mesmo tempo na melhor área do mundo: a Computação.

Corpo Editorial

Arndt von Staa. Escrevi o meu primeiro programa em setembro de 1962 - isso mesmo, há quase 50 anos. Era um desafio intelectual. A linguagem de programação era linguagem de máquina absoluta. A entrada de programas e dados era fita de papel perfurado. Assembler, compilador, só vim a saber que isso existia lá por volta de 1964. Editor de arquivos, só em 1971, antes disso era cartão perfurado. O desafio de escrever programas complexos que funcionassem sem sobressaltos era grande e era extremamente gratificante vencê-lo. Embora estivesse estudando Engenharia Mecânica, aprendi a manter o monstro, i.e. o computador B205, de 1,5 toneladas e 3000 válvulas. Tanto aprendi que acabei adicionando algumas instruções ao bicho. Fui continuando, esqueci a Mecânica, e hoje me dedico a ver como se consegue escrever, com pouco esforço, programas complicados contendo pouquíssimos defeitos, e como fazer para encontrá-los e eliminá-los antes da vítima, isto é o usuário, descobri-los. Sou PhD em Ciência da Computação e professor e pesquisador da PUC-Rio, onde ajudei a criar o Departamento de Informática, fui seu diretor durante mais de 10 anos e onde continuo a tentar vencer desafios.

José Carlos Maldonado. É Professor Titular e Diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP). Foi Presidente (2007-2011) e Vice-Presidente da SBC (2003-2007). Trabalha na área de Engenharia de Software, atuando principalmente nos seguintes temas: teste de software, educação em engenharia de software, engenharia de software experimenta, sistemas embarcos críticos, e ambientes e métodos de ensino. Coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC), financiado pelo CNPq/Fapesp.

Marta Mattoso. Eu sempre gostei de matemática, línguas estrangeiras, esporte, música e dança. Escolhi a computação por sua base matemática e perspectivas futuras da profissão. Na época, era um mercado em expansão, mas a gente tinha que explicar o que faz um profissional que entra para graduação em “informática”, um nome bem desconhecido e o computador não era pessoal e sim muito distante da grande maioria das pessoas. Logo no primeiro ano da UFRJ, com o ciclo básico igual ao da engenharia, fiz um curso avulso de programação e me encantei com os desafios de encontrar os erros dos programas em Fortran. Formada, trabalhei em duas empresas e voltei à COPPE/UFRJ para fazer mestrado e doutorado, onde me tornei professora. Uma das características que gosto na computação é o trabalho em equipe, bem diferente daquele estereótipo (tipo cientista maluco) que vemos em filmes. Outra parte gratificante é ver o resultado do nosso trabalho melhorando o dia-a-dia das pessoas. Ao contrário da engenharia, a computação era cheia de meninas, o que deixa a turma bem divertida. Embora essa participação esteja diminuindo, ainda hoje temos muitas mulheres na área de Bancos de Dados e por isso escolhi uma foto, de equipe, de mulheres em BD, muito felizes.

Roberto da Silva Bigonha. Professor Titular da UFMG e atualmente Chefe do Departamento de Ciência da Computação. É professor e pesquisador de Ciência da Computação, na UFMG, desde 1974, atuando na área de Linguagens de Programação, nas linhas de pesquisa de projeto, definição e implementação de linguagens de programação, técnicas de compilação, otimização de código e semântica formal. Já exerceu inúmeras atividades na SBC, tanto que recebeu o Prêmio Newton Faller em 2009. Atualmente, é o Diretor de Relações Profissionais da SBC.

Vanessa Braganholo. Sempre gostei da área de exatas, e no vestibular, em dúvida entre arquitetura e computação, optei pela computação, mesmo sem saber direito o que me aguardava. A única noção de computação que eu tinha vinha de vários anos antes, quando, no colégio, aprendi a escrever meu nome na tela do computador usando Basic. Logo no início da faculdade, me apaixonei e vi que tinha feito a escolha certa. Programar era simplesmente fantástico! No decorrer do curso, a paixão só cresceu. Depois de uma curta experiência no mercado, percebi que meu lugar era na academia. Voltei para a faculdade e fiz meu doutorado na área de Banco de Dados. Hoje sou professora, trabalho com ensino e pesquisa, e amo o que faço. Cada dia é diferente do anterior: novos desafios, temas novos para estudar, artigos para escrever, alunos para orientar. Aprender sempre e gerar conhecimento numa área tão dinâmica como a Computação é um desafio muito prazeroso!

Editores Associados

Alceu Costa. Acredito que na vida temos muitas escolhas importantes a fazer. Para mim, a primeira se deu ao final do 3o ano do colegial, momento no qual era preciso preencher a inscrição do Vestibular. Optei por Engenharia de Computação na USP de São Carlos, e hoje sei que fiz a escolha certa, por me propiciar conviver com a Computação que aprendi a gostar cada vez mais durante desses anos. Ao final do curso de graduação trabalhei por um ano na área de desenvolvimento de software e atualmente, pós-graduando no ICMC-USP São Carlos, fico muito feliz em poder colaborar com a SBC Horizontes e ajudar os colegas que seguem o mesmo caminho da Computação.

Alexandre Gomes já comeu o pão que o diabo amassou e colhe agora os frutos de uma vida sofrida. Programando desde os 15 anos de idade, viveu os tempos áureos do dBaseIII, do Lotus1-2-3, FoxPro, Clipper e Sidequick. Profissionalizou-se em 96 com a curiosa tecnologia Java e nela fez carreira. Trabalhou em pequenas, médias e grandes empresas, públicas e privadas, nacionais e internacionais. Vestiu terno e gravata, posou de consultor, certificou-se até o limite e perdeu a conta de quantos relatórios foi condenado a fazer. Pobre Alexandre. O mundo corporativo não é fácil. Mas a vida é uma caixinha de surpresas e foi num golpe do acaso que um admirável mundo novo lhe foi apresentado. Em 2003, empreendeu e tornou-se dono de seu próprio destino. Desde então, é levado por suas crenças, valores e princípios. Nunca mais submeteu-se a caprichos hierárquicos, regras obtusas ou equívocos tecnológicos. Aprendeu a viver uma vida de equilíbrio. Pratica esportes regularmente, leciona numa universidade da capital e ainda reserva tempo para a tradicional roda de choro semanal com os amigos da música. Este é Alexandre. Mineiro de nascença, brasiliense de coração, geek por opção.

Altigran Soares da Silva. Computação é, ou pode ser, uma das ferramentas para construir uma nova sociedade mais justa e inclusiva. Comecei a trabalhar em Computação em 1985 quando fiz uma disciplina de introdução à programação. A partir daí, me pareceu que as oportunidades eram equinuméricas com o conjunto de números naturais. Acho que estava certo. É importante que nossos estudantes, durante o curso, percebam que o processo de formação é tão ou mais importante que o resultado final, receber o diploma, pois a experiência, os fundamentos, a visão de mundo e os relacionamentos construídos durante o curso são pra sempre. Na SBC, sou Diretor de Eventos e Comissões Especiais.

Anderson Rocha. “Fugir do lugar-comum.” Esse foi um dos principais motivos pelo qual resolvi ser pesquisador em Ciência da Computação. Sem dúvida, escolhi a profissão certa. Essa área muda tão rapidamente que é difícil não se apaixonar. É difícil não encontrar diversos problemas que precisam de soluções inteligentes. Vejo a Computação como uma área-mãe servindo a diversas outras áreas do conhecimento e nos dando oportunidades de fazer ciência pura e aplicada de diversas formas diferentes. Sem dúvida, uma área vital para o Século XXI.

Artur Ziviani. Minhas primeiras tecladas foram no teclado emborrachado de um TK90X aos 13 anos. Agora estou com três vezes essa idade, mas continuo teclando. Desde os tempos do TK90X, já estava envolvido com programação, fosse em BASIC ou Assembler Z-80. Curioso por também entender o hardware, além do software, acabei cursando Engenharia Eletrônica na UFRJ, porém me mantive interessado primordialmente em Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). No fim do curso de graduação, já estava totalmente focado em computação, tendo me especializado na área de redes de computadores durante o mestrado na COPPE/UFRJ e doutorado na Université Paris VI na França. Desde minha volta ao Brasil, venho atuando como pesquisador na área de redes de computadores no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), o que me permite não só focar especificamente em redes, mas também no impacto dessa área em contextos multidisciplinares, como computação aplicada à saúde e e-ciência. Vivemos em um mundo progressivamente mais conectado, fruto da evolução da computação. A área de computação hoje mostra-se transversal a várias outras áreas de conhecimento, tanto de ciências básicas quanto aplicadas, sendo cada vez mais presente nas mais diversas atividades da sociedade moderna. Esse potencial tão diverso de atuação torna a área de computação fascinante e dinâmica.

Carina F. Dorneles. Meu primeiro contato com Computação foi em um cursinho de Basic, em 1990 (eu acho), em uma telona preta com letras verdes, e achei o máximo. Na época, não sabia se fazia vestibular para “Ciência da Computação” ou “Informática”, porque não fazia a menor ideia da diferença entre os dois - muito menos aqueles que tentavam me explicar (acho graça só de lembrar destas explicações). Depois da Graduação, em Passo Fundo, fiz meu Mestrado e Doutorado na UFRGS, momentos em que tive certeza que estava na área certa. Tudo era bom: o tema, a turma, os funcionários, o orientador, tudo! Hoje, sou pesquisadora, professora, orientadora, editora, coordenadora de estágios, presidente de comissões…, e agradeço por meu pai ter me dito “filha, tens que escolher uma uma profissão que tenha futuro”… levei ao pé da letra! ;)

Cláudia M. Bauzer Medeiros. Minha primeira exposição à Computação foi na graduação em Engenharia Elétrica, na Puc-Rio, nas aulas de programação, em 1972. Fiquei fascinada ao descobrir o mundo dos algoritmos e pela possibilidade de transformar uma especificação em uma implementação - na época, utilizando cartões perfurados!!! Ainda que formada em Engenharia Elétrica, toda a minha carreira está ligada à Computação (como estagiária e analista de sistemas em Furnas, de 1976 a 1980, fazendo mestrado na PUC-Rio, doutorado no Canadá e, por fim, docente da UNICAMP desde 1985). Desde o doutorado, venho me dedicando a pesquisa em bancos de dados. Como, no mundo, todos passamos a vida tentando gerenciar os dados que nos cercam, é uma área com problemas sem fim de pesquisa e desenvolvimento. E é maravilhoso poder trabalhar nesta infinidade de questões, resolvendo questões teóricas e aplicando as soluções a situações práticas.

Edson N. Cáceres. A minha primeira experiência com computadores foi a instalação de dois terminais (um impressor e outro de vídeo) num PDP-11. O PDP estava no Rio e os terminais em Brasília. Os modens usavam linha telefônica e a ligação passava por dois PABX, isso em 1979. Era uma aventura fazer a conexão. Depois meu outro desafio foi em 1984 instalar um I7000, parece que foi o primeiro micro computador que foi comprado em Mato Grosso do Sul. Por algum motivo sempre que tinha um equipamento novo eu ajudava a instalá-lo. Foi assim também com a Internet. Não foi fácil conseguir uma linha “boa” para trafegar 9600 bps, isso em 1993. Depois foi o grande desafio de uma linha de 64K e um reteador Cisco. De vez em quando ainda aparece um desafio da instalação de um equipamento novo. Ainda bem que minha área é de Algoritmos Paralelos.

Eduardo F. Nakamura. Meu primeiro contato com um computador foi por volta de 1996, na ocasião era um aluno de Engenharia Elétrica um pouco desconfiado movendo o mouse do computador e vendo a setinha se mover junto na tela do PC, um Pentium 100. Antes disso, brincava de programar minha calculadora de engenheiro, uma HP 48G. Rapidamente tomei gosto por conhecer mais sobre o mundo da computação. Comecei como estagiário descobrindo a programação no contexto de sistemas de automação industrial. Programação em Delphi e C/C++. Posteriormente, como engenheiro trabalhei com os sistemas de centrais telefônicas, em C e assembly. Logo segui para o mestrado em Ciência da Computação e doutorado, ambos na UFMG. Foi quando descobri minha vocação para a Ciência, Ciência da Computação. Agora dando aulas e orientando graduandos, mestrandos e doutorandos, gosto de ver as novas gerações vivenciando a ciência, a computação, suas dúvidas e descobertas. Tudo recomeçando. Isso é Ciência, isso é Ciência da Computação.

Érika Cota. Eu caí na computação de pára-quedas… Felizmente ele abriu após algum tempo. Escolhi o curso por eliminação: não queria biológicas nem humanas. Estava considerando Engenharia Civil e de Produção. A descrição da Computação no Guia do Estudante mencionava Hardware, Software e Ferramentas. Nenhum desses termos fazia sentido pra mim na época, mas me deixaram curiosa. Talvez seja essa a primeira melhor coisa da computação: há sempre algo de novo, que ainda não entendemos mas nos deixa curiosos e nos faz ir atrás. E para quem gosta desta aventura, a carreira como pesquisadora me pareceu natural: não quero apenas correr atrás, quero participar da geração deste conhecimento! Hoje,20 anos depois, já trabalhei com hardware e software, projeto e teste, ferramentas, aplicações e infra-estrutura. E estou acompanhando a segunda melhor coisa da computação: ela permeia praticamente todas as outras profissões. Eu poderia hoje trabalhar em computação aplicada a qualquer outra área do conhecimento que me desperte interesse. Que outra profissão me dá esta mesma liberdade? Como bem disse nossa editora-chefe, impossível não se apaixonar. Computação é como um best-seller de ficção: mistério, aventura, ação e romance. Só que é real.

Fernanda A. Baião. O que mais me encanta na Informática é a incessante busca por resolver problemas reais, das mais diversas áreas, e a necessidade de interagir com pessoas, de entender e se fazer entendido. E desde que entrei na Universidade, não tive dúvidas de que nunca sairia deste ambiente :-). Trabalhar com conhecimento, ensinando e aprendendo, é um prazer, e um privilégio!

Fernando Magno Q. Pereira. Meu primeiro contato sério com a informática deu-se em 1998, quando comecei o bacharelado em Ciência da Computação na UFMG. Nunca me arrependi da escolha do curso. Na verdade, essa área do conhecimento não para de me encantar. Os algoritmos já me levaram para os quatro cantos do mundo e deram-me alguns de meus melhores amigos. Hoje sou professor e pesquisador em compiladores. Para quem gosta de divertir-se aprendendo coisas novas, a computação é um namoro perfeito: a diversão nesse caso nunca acaba.

Fred Lopes. Caminhando para a ubiquidade: essa é uma das direções do avanço da computação. A Computação Ubíqua é a nova era da computação em que o usuário interage com múltiplos computadores (laptops, smartphones, tablets, etc), que são capazes de extrair informações do ambiente em que o usuário se encontra e utilizar essas informações para controlar, configurar e adaptar as aplicações. Esse novo paradigma computacional vem transformando o dia a dia da sociedade, não apenas no enriquecimento da interação humano-social mas também em áreas importantes dos diversos setores produtivos, resultando em uma maior inserção da computação em nossas vidas com o objetivo de facilitar as nossas atividades diárias. Além de um grande entusiasta da computação, sou apaixonado por tecnologia e foi isso que me aproximou da Computação Ubíqua. É nisso que eu trabalho e pesquiso. Trabalho com computação desde o ano 2000, quando ingressei no curso de Ciências da Computação. Sou recém-doutor em Ciência da Computação pela UFRN.

Genaína Rodrigues. Desde 1993, quando entrei no curso de Bacharelado em Ciência da Computação na UnB, confesso que tive algumas incertezas. Mas não precisou muito para eu ter certeza que estava no curso certo. Ser um cientista da computação é lidar o tempo todo com desafios, rápidas transformações, usando o melhor e mais elegante das exatas e humanas para os mais diversos fins. Terminei meu doutorado em Ciência da Computação no ano de 2008 na University College London. Minha principal área de pesquisa é previsão de dependabilidade de sistemas computacionais. Dependabilidade é um termo não muito comum, mas essencialmente é uma propriedade de sistemas que engloba outros conceitos como confiabilidade, disponibilidade, segurança e mantenabilidade. Adoro o que faço e não me canso de descobrir a cada dia novas aplicações da minha área de atuação como doutora, pesquisadora, professora, mas uma eterna aluna!

John L. Forman. Minha atração por computação vem da adolescência, numa época em que a área se misturava com ficção científica. Num intercambio passei um tempo numa escola nos EUA que tinha um minicomputador e ensinava programação em BASIC para seus alunos. Meu projeto foi um programa para jogar SENHA (Mastermind) e dali para frente não tive mais dúvidas do que queria profissionalmente: trabalhar com software. Na época do vestibular foi difícil encontrar um curso nesta linha e acabei entrando para engenharia na PUC-Rio. Mas o P-15 (tecnólogo) parecia ser um curso com conteúdo voltado mais para software e acabei dando um jeito de fazer os dois, o que tomou um pouco mais de tempo mas me permitiu sair graduado em Engenharia de Computação e em TI. O mestrado foi um caminho natural na época, em engenharia de software também na PUC-Rio, mas em paralelo fundei minha empresa, de software é claro, onde passei os 20 anos seguintes. Agora estou trabalhando na SOFTEX para ajudar o setor brasileiro de software a cada vez mais crescer e aparecer. Para tanto continuo pesquisando, palestrando, escrevendo, aconselhando, empreendendo e aprendendo. O Software continua se reinventando e a computação é para mim agora tão ou mais atraente e interessante do que quando comecei.

José Antonio Macedo (Tonho para os íntimos =)). O meu primeiro contato com a computação foi em 1983. Na época um amigo me mostrou uma revista americana que falava sobre computadores pessoais. A capa da revista apresentava um pequeno computador/teclado (TK85) ligado a um gravador de fita cassete e uma televisão preto-e-branco ;-) Na tela da pequena televisão apareciam uns quadradinhos sugerindo naves espaciais. Fiquei maravilhado com toda aquela modernidade. Desse dia em diante passei a viver neste novo universo chamado computação. Comecei a trabalhar em 1984 com COBOL e assembler (dois universos paralelos). Em 1986, tive a sorte de trabalhar no NCE/UFRJ onde pude ter acesso a um parque tecnológico de dar água na boca a qualquer nerd. Depois vieram muitas outras saborosas experiências na computação, passando por empresas, startups, e universidades. Nos últimos 10 anos passei pela PUC-RIO, ENST-Bretagne, EPFL-Suiça, e agora estou UFC-Fortaleza, onde sou professor/pesquisador na área de banco de dados. O universo da computação para mim é uma grande aventura!!

José Palazzo M. de Oliveira. Por que computação? Para um engenheiro eletricista da minha geração a computação era um desafio absolutamente impossível de resistir. Era possível controlar sistemas complexos com programas de computador em vez de com centenas de chaves e mostradores. Façam uma consulta no Google sobre a cabine de comando de um Concorde e de um Airbus 380, o primeiro era composto por uma infinidade de controles e mostradores, o segundo é de uma beleza computacional incrível. Vocês podem ver isto como um exemplo de abstração, este foi o meu desafio. De abstração em abstração sai dos circuitos, fui para a organização de arquivos, banco de dados, modelos conceituais e acabei em ontologias e modelagem de usuários e de contextos para sistemas de informação. Espero que ao logo da carreira de vocês seja possível subir o nível de abstração e de complexidade e possa se chegar a um computador que se reconheça como um ente raciocinante.

Luciana A. S. Romani. Fui apresentada ao fantástico mundo da Computação por meio de um curso de MS-DOS e Lotus 123 há muito tempo atrás. Gostei tanto, que logo em seguida, meus pais me inscreveram num cursinho de linguagem Basic e passava horas criando programas no MSX (tantos GOTO…). Diante disso, a escolha do curso de graduação era óbvia e ingressei em Ciência da Computação em 1990 na UFSCar. Em 1994, já formada, comecei a trabalhar na Embrapa Informática em Campinas como pesquisadora. Tem sido muito gratificante poder contribuir com conhecimentos de Computação para resolver problemas em áreas como agrometeorologia, sensoriamento remoto e mudanças climáticas. Os desafios que foram surgindo ao longo dos anos motivaram a realização dos cursos de Mestrado no IC-Unicamp e depois o doutorado no ICMC-USP. A proximidade com a área de aplicação e especialistas com diferentes formações traz grandes desafios como armazenamento de grandes volumes de dados, processamento de alto desempenho, só para citar alguns. Enfim, trabalhar numa das empresas de pesquisa em Agricultura mais importantes do país usando Computação para apoiar grandes projetos, torna o meu dia a dia desafiador e apaixonante.

Mario Dantas. A Computação entrou na minha como uma necessidade e nunca mais larguei dela. Era engenheiro e fazia cálculos de balanceamento de carga elétrica nos canteiros de obra com um microcomputador Apple. Um dia meu chefe me disse que eu deveria procurar um curso de computação. Bom eu fui e nunca mais voltei (ah!ah!ah!). Depois de fazer especialização na PUC-RJ, passei na Petrobrás, aonde trabalhei 11 anos como analista de sistemas, orientado as redes e aos ambientes distribuídos. Depois de fazer doutorado em Southampton (UK), voltei ao Brasil e poucos anos depois vim para área academcia. Trabalhei primeiro na UnB por quatro anos e depois me mudei para UFSC, aonde estou a cerca de dez anos. E o meu antigo chefe? Mudou, também, para Floripa é meu vizinho e sempre diz: “Está vendo como sou um guru, seu negócio sempre foi computação, até na engenharia já eras da computação.”

Mario Meireles Teixeira. A Computação está presente na minha vida há muito tempo. Comecei cedo, lá pelos meus 13 anos, fazendo um “cursinho” de linguagem Basic, que era moda na época. Depois, fui enveredando pelas outras linguagens de outrora (não vou dizer quais para não passar recibo de dinossauro). Quando chegou a época do Vestibular, pensei em ser Físico ou Matemático, mas acabei me decidindo pela Ciência da Computação, para não virar professor… E olha onde eu fui acabar: professor de Computação! Para mim, esta é uma profissão ímpar, pois alia o rigor das Ciências Exatas com um enorme espaço multidisciplinar onde podemos exercitar nossa criatividade e, melhor que tudo, com potencial de influir decisiva e positivamente na sociedade que nos cerca. Atualmente, sou Professor Adjunto do Departamento de Informática e Coordenador do Mestrado em Ciência da Computação da UFMA.

Paulo Masiero. Comecei pela matemática e durante o curso fiz várias disciplinas de computação; ao me formar decidi fazer mestrado em Ciências de Computação, em 1976. Tinha e tenho muito interesse pelas matérias básicas de computação, mas logo me identifiquei com o desenvolvimento de software: os processos, a organização, os métodos e as ferramentas de apoio. A computação é desafiadora e desde quando surgiu nunca parou de evoluir e se transformar numa velocidade assustadora. Isso exige muito trabalho, estudo e dedicação integral, o que só se explica por uma grande motivação e paixão pela profissão. Ser professor universitário nos permite pesquisar, ensinar, praticar, orientar, administra e aprender com os livros, artigos científicos e com os colegas. O interesse por ética em computação surgiu por razões didáticas, mas penso que já estava dentro de mim, pois sempre achei que ela está na essência de todas as profissões e dos bons profissionais.

Raimundo Macêdo. Quando fiz minha graduação na UFBA (1978-82), fazer computação era algo misterioso, o computador ainda um mito, uma grande máquina a ser explorada. Enquanto colegas de outras áreas tinham dificuldades em experimentar conceitos em laboratórios, para nós, de computação, bastavam algumas horas e pronto: o computador produzia o experimento concretizado em um programa que criávamos. Foi essa facilidade de interação que me fascinou e levou-me a fazer o mestrado (Unicamp), doutorado (Newcastle, UK) e abraçar a carreira acadêmica - na UFBA, onde sou professor titular. Ao longo desses anos, a computação se universalizou, se tornou distribuída, sem fio, embarcada, em nuvem. Desvendamos uns mistérios e logo nascem outros para nosso fascínio e curiosidade. É um universo em mutação e à nossa disposição. Vamos fazê-la inventiva, ética e cada vez mais em benefício de todos..

Renato Ishii. O primeiro computador que tive contato foi um XT que o pai de um amigo levou do escritótio para casa, era nossa maior diversão. Na verdade, a diversão era muito mais minha que do meu amigo. Tanto que, graças ao XT, hoje meu amigo é médico e eu sou professor de computação! A paixão pela área se intensificou quando iniciei a graduação em Análise de Sistemas na UFMS. No início foi muito difícil, pois tinha que conciliar trabalho e estudo. Essa dificuldade trouxe-me muitos ensinamentos: descobri o verdadeiro significado de perseverar, lutar e de ir em busca dos nossos sonhos. Conclui a graduação e fui trabalhar em uma empresa de desenvolvimento, mas logo percebi que a investigação e a vontade de “fazer diferente” instigavam-me na busca por outra profissão. Resolvi fazer mestrado e doutorado. Aprendi a pesquisar e confirmei que era possível investigar e tentar fazer diferente através da Universidade sendo professor, e o mais interesante de tudo, ainda me pagam por isso!

Seiji Isotani, um ser estranho, sempre de bem com a vida, que teve a graça de conhecer os pais perfeitos que lhe deram a oportunidade de utilizar o PC 286 ainda na infância (se você já usou um 286, está ficando velho como eu) . Foi paixão a primeira vista. Aquela telinha preta e verde, as linhas de comando e os jogos de DOS (aquele da minhoquinha que crescia) me deixavam em estado de êxtase por horas. Depois veio o Basic, onde fiz meu primeiro programinha: um conversos de medidas (kg p/ lbs, Celcius p/ Farenheit, etc). E desde então ficamos inseparáveis. Ví essa maquina dislumbrante evoluir, ganhar interfaces com cores e ícones amigáveis, virar item indispensável nos escritórios, diminuir de tamanho e ainda dispensar seus fios. Essa fascinação pelos computadores só aumentou com o passar dos anos. A cada novo lançamento, a cada nova tecnologia, mais vontade eu tinha de saber mais sobre a computação. Não é a toa que toda minha formação, desde a graduação no IME-USP, o doutorado na Universidade de Osaka no Japão e até o pós-doutorado na Carnegie Mellon nos EUA, foi em Computação e áreas afins. Nas pesquisas minha paixão é a área de Computação Aplicada à Educação, uma área que atrai cada vez mais pesquisadores de todo mundo. Todas as universidades de excelência listadas nos mais prestigiados rankings da computação possuem grupos fortíssimos nesta área. Não é a toa, pois o problema é complexo. E quem resolver primeiro, poderá transformar toda uma sociedade. Mas para isso requer-se pesquisas multidisciplinares que envolvem praticamente todas as áreas do conhecimento. E por ser uma área difícil, cada descoberta é ainda mais prazerosa. Assim como eu, espero que você, leitor, tenha fascinação por pela computação e mergulhe fundo para produzir algoritmos, ferramentas e produtos inovadores que trarão benefícios para a sociedade. Pra mim computação é arte. E essa arte, quando bem feita, tem o potencial de melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas.

Vera Lucia Strube de Lima. Carreira é uma coisa que não se sabe muito bem onde começa. Sorte ou sina, a gente se vê em situações que nos desafiam, termina gostando e querendo mais. Estou nessa desde quando a Computação ainda era Matemática, Análise de Sistemas, Informática. Vivo com paixão o que faço! Atuo na Educação Superior porque acredito que a Educação pode transformar o mundo, fazer a cabeça das pessoas para o bem. Energia é o que não falta pra fazer o que se gosta. Sou professora da PUCRS e também atuo na gestão. Minha linha de pesquisa, o Processamento da Linguagem Natural, reflete o compromisso com a língua materna - o português. Somos poucos os pesquisadores em PLN no Brasil, linha ultrapromissora e que precisa de gente pra trabalhar. Vamos lá!

Vidal Martins. possui doutorado em Informática pela Université de Nantes (2007). É professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e coordenou os cursos de Bacharelado em Ciência da Computação, Tecnologia em Jogos Digitais e Sequencial em Redes de Computadores nessa universidade. Atualmente, é Diretor de Educação Continuada da PUCPR, Editor Chefe da Editora Universitária Champagnat e Representante Institucional da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) na PUCPR. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Sistemas de Informação, atuando principalmente nos seguintes temas: replicação de dados, reconciliação semântica, peer-to-peer, banco de dados, orientação a objetos e arquitetura de software.

v04n03/56.txt · Última modificação: 2020/09/22 02:27 (edição externa)

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