Panorama das atividades do centenário de Alan Turing no INF - UFRGS
Em 2012 o mundo celebra o centenário de Alan Mathison Turing (1912-1954), matemático e gênio britânico considerado por muitos o “pai da computação”. Além das contribuições na área de computação, Turing liderou o esforço de inteligência britânico para decodificação das mensagens alemãs codificadas com a máquina Enigma. Estima-se que o sucesso deste trabalho tenha encurtado a guerra em 2 anos e salvo milhões de vidas. Dentro do espírito das comemorações mundiais, de ampliar o conhecimento sobre Turing e o reconhecimento da sua importância, o Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul está realizando uma série de eventos para celebrar este centenário. Este artigo apresenta uma visão geral destas atividades, a saber: Exposição, Ciclo de Palestras e Leitura Dramatizada da peça “Quebrando o Código”.
Qual o papel dos computadores na vida moderna? Como estaria estruturada nossa sociedade no início do século XXI sem a presença massiva das Tecnologias de Informação e Comunicação? É possível imaginarmos a vida em 2012 sem o uso das Redes Sociais, da utilização dos telefones móveis, da automatização cada vez mais onipresente, do emprego crescente de robôs, indo desde a conquista espacial até o uso doméstico? Qual a capacidade de sofisticação de inúmeros programas de computador caso não existisse a Inteligência Artificial, uma das áreas mais promissoras da Ciência da Computação?
Neste contexto, dentro das comemorações em todo mundo pelo centenário de nascimento desta pessoa que tanto contribuiu para a construção da sociedade que conhecemos, o Museu da UFRGS e o Instituto de Informática, juntamente com o Consulado Geral Britânico em São Paulo, promovem a exposição “Alan Turing: Legados para a Computação e para a Humanidade”, a única mostra com este propósito em todo hemisfério sul, visando levar à sociedade gaúcha, brasileira e mesmo internacional, a observar, conhecer e refletir sobre o papel e impacto das transformações tecnológicas propiciadas pelas Tecnologias de Informação e Comunicação à luz das contribuições inigualáveis de um dos precursores da Computação. Cabe destacar que a concepção da exposição foi realizada em conjunto entre o Museu da UFRGS e os alunos e professor da disciplina de Pós-Graduação Mentes e Máquinas, dos cursos de Pós-Graduação em Computação e Informática na Educação, ambos da UFRGS, ministrada pelo curador da mesma no segundo semestre letivo de 2011 e teve a participação do Departamento de História da mesma universidade por meio do Prof. Mathias Seibel.
Os visitantes terão uma apresentação geral dos conteúdos no hall de entrada da exposição para, em seguida, entrar em contato com o contexto cronológico que envolve a biografia de Alan Turing com a computação e com o nosso. Os conteúdos desta área envolvem a máquina Enigma, a segunda guerra mundial, o Teste de Turing, criptografia e internet. Seguindo o itinerário da exposição, o visitante passará pelo primeiro corredor, entrando em contato com o conteúdo que envolve a Máquina de Turing e suas aplicações na matemática e na computabilidade. Na área final a exposição contemplará Robótica - Ética e Ficção científica.
No segundo corredor o visitante será conduzido a uma reflexão filosófica sobre os caminhos futuros do desenvolvimento da Inteligência Artificial. Na área do salão multimeios serão apresentados vídeos biográficos sobre Alan Turing e seu tempo: 2ª guerra mundial, evolução dos computadores, evolução da Inteligência Artificial, entre outros. Nesta área, o público visitante também poderá interagir com quiosques multimídia, respondendo a enquetes sobre as tendências da Inteligência Artificial, assim como votar nos melhores vídeos produzidos para o concurso de vídeos.
A exposição fica em cartaz até 22 de março de 2013. Maiores informações podem ser encontradas em http://www.ufrgs.br/museu/ e http://www.ufrgs.br/alanturingbrasil2012/expo.html.
Dentro das programações do centenário de Alan Turing na UFRGS, o Ciclo de Palestras objetiva apresentar ao publico em geral a vida e o trabalho deste importante cientista britânico. Os palestrantes são especialistas nos diversos aspectos da vida e obra de Alan Turing. A seguir um resumo dos palestrantes e respectivas palestras:
Como parte das comemorações do Ano de Turing, será encenada no dia 12 de dezembro de 2012, uma leitura dramatizada da peça “Quebrando o Código”, escrita em 1986 por Hugh Whitemore que se baseou na biografia “Alan Turing: O Enigma” escrita por Andrew Hodges. A peça retrata a vida de Turing desde sua adolescência estudando em Sherborne até os anos finais quando foi condenado por homossexualismo.
Hugh Whitemore é um dramaturgo e roteirista Inglês que estudou teatro na Royal Academy de Londres de Arte Dramática, onde ele é agora um membro do Conselho. As peças de Whitemore com frequência se concentram em figuras históricas. O trabalho mais conhecido de Whitemore na forma de uma biografia encenada é a peça “Quebrando o Código” que é centrada em Alan Turing. Este trabalho foi adaptado como um filme para a televisão em 1996. A direção da leitura dramática estará a cargo de Plínio Mósca. Plínio Mósca, nascido no Rio de Janeiro e criado em Brasília, é diretor e professor de teatro. Foi aluno de Dulcina de Moraes e estudou Direção Teatral no Théâtre National de Marseille de 1982 a 1986. Dirigiu A exceção e a regra, de Brecht, no Festival Entepola em Santiago do Chile e no Festival Ibero-americano de Copiapó, no Chile e Dansen, de Brecht, no Festival de Teatro Latino-americano de Ovalle – Chile, no Festival Internacional de Teatro de Punta Arenas – Peru e no Festival Intinerante y Encuentro de Teatro Popular FIETPO, em Lima – Peru. Vem apresentando, em diversos pontos culturais da cidade, o Ciclo de Leituras Dramatizadas de Bertolt Brecht. Pratica voluntariado como diretor e professor de teatro junto às ONGs Parceiros Voluntários e A.M.A.R. A VIDA.
Com certeza as comemorações mundiais do Ano de Turing em 2012 conseguiram expandir para a sociedade como um todo a importância e alcance deste brilhante cientista que foi Alan Turing. Cabe a nós, da comunidade acadêmica de computação no Brasil, garantir que esta lembrança permaneça presente e forte no futuro, afinal, ele bem pode ter sido o Newton da computação.
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