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BITS, BYTES & BATOM

EDIÇÃO DEZEMBRO 2009

Women in Information Technology 2009

O WIT é um encontro anual, de um dia, realizado pela SBC, durante o seu congresso nacional em julho. Em 2009, foi mais uma vez organizado por mim e pela professora Karin Breitman, da PUC-Rio. Teve a presença de cerca de 100 pessoas, sendo dividido em duas sessões principais: apresentações por palestrantes convidados, pela manhã; e um painel à tarde. Como sempre, houve grande participação masculina (inclusive um palestrante) e sorteio de alguns brindes para a audiência.

A primeira palestra foi ministrada por Yolanda Mangolini, gerente de talentos da Google EUA, enfatizando a noção de diversidade como essencial para a construção de um ambiente mais produtivo de trabalho. Esta diversidade, como ela bem enfatizou, não deve se limitar a gênero, ou a etnia, mas precisa envolver todas as dimensões possíveis – socio-cultural, educacional, de idade, de habilidades e até mesmo deficiências físicas. Se mulheres podem ajudar a criar produtos (de software e hardware) mais adequados a determinados setores da população, um deficiente visual consegue definir necessidades específicas. Os jovens e os menos jovens vêem o mundo (e especificam requisitos) de forma diferente. Yolanda mostrou como várias companhias no mundo vêm se preocupando com esta questão e deu exemplos de direções seguidas pela Google.

A segunda palestrante foi Gloria Bonder, que detém uma cátedra da UNESCO, em Buenos Aires, para questões de “Gênero, Ciência e Tecnologia”. Se Yolanda enfocou ambientes empresariais, Gloria tratou da sociedade como um todo e da importância da Tecnologia da Informação para a real democracia. Fez um interessante paralelo entre a criação dos conceitos de democracia e de cidadania e o mundo em que vivemos, em que precisamos incentivar a participação de todos. Como ela bem enfatizou, a TI é uma forma de dar mais oportunidades a todos, principalmente às mulheres em vários lugares do mundo, em que são discriminadas em termos de acesso à educação e ao trabalho. As mulheres estão preocupadas com questões de gênero, disse ela, mas este não é um problema feminino – não há diferença, mas sim desigualdade.

Finalmente, a última palestra foi dividida entre Daniela Petti e Felippe Machado, dois profissionais da Schlumberger, uma das maiores companhias do mundo na área de serviços para companhias dos setores de gás e petróleo em todo o mundo. Discutiram os programas de diversidade da empresa, enfatizando (como todos os demais palestrantes) a necessidade de incentivar tal diversidade. Ressaltaram também que um dos objetivos da empresa é recrutar ao menos 35% de mulheres para seu quadro técnico, em todos os níveis. Para isto, têm programas especiais não apenas de recrutamento, mas de manutenção das mulheres contratadas – por exemplo, tentando manter casais trabalhando no mesmo local. As duas palestras da empresa se complementaram – Daniela, engenheira química, falou sobre sua carreira na Schlumberger, trabalhando inclusive em plataformas de petróleo, enquanto Felippe, da área de recrutamento, discutiu políticas de contratação.

Finalmente, à tarde, houve uma discussão geral entre os palestrantes e o público, de mais de duas horas, num animado bate-papo que misturou relatos de experiências pessoais (de várias pessoas da platéia), respostas (da platéia à mesa, e vice-versa) e troca de opiniões. Já estamos planejando o WIT 2010. Aguardamos sugestões de palestrantes e temas! Participe!


Painelistas do WIT com a camiseta do WIT 2009 – na primeira fila, Felippe Machado e Tatiana Cunha (Google). Em pé, da direita para a esquerda, Claudia Medeiros, Karin Breitman, Daniela Petti, Gloria Bonder, Yolanda Mangolini e outra representante da Google.


Esta é uma publicação eletrônica da Sociedade Brasileira de Computação – SBC. Qualquer opinião pessoal não pode ser atribuída como da SBC. A responsabilidade sobre o seu conteúdo e a sua autoria é inteiramente dos autores de cada artigo.
v02n03/13.txt · Última modificação: 2020/09/22 02:31 (edição externa)

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