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EM SOCIEDADE

EDIÇÃO Dezembro 2010

INCT para a Web oferece Oficina de Inverno

Teoria e Prática em Redes Sociais para Alunos do Ensino Médio.

Em uma iniciativa pioneira, o INCT para a Web ofereceu uma oficina de inverno para alunos de ensino médio. O tema da oficina foi Redes Sociais.

Redes sociais tornaram-se extremamente populares e já fazem parte do nosso dia a dia, permitindo o compartilhamento mais amplo e intenso de conteúdo, assim como a interação direta dos usuários em escala global. Nesse novo e rico ambiente de interação, novas aplicações surgem a todo instante. Ferramentas capazes de coletar, tratar e extrair informação nesses ambientes estão se tornando cada vez mais necessárias. Para tratar deste tema, o InWeb – Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Web – ofereceu gratuitamente, de 26 a 30 de julho de 2010, uma Oficina de Inverno para alunos do ensino técnico de nível médio das principais escolas técnicas de Belo Horizonte, tanto particulares quantos públicas.

O curso foi intitulado “Programação em Redes Sociais” e o objetivo foi apresentar uma visão geral sobre as técnicas e ferramentas utilizadas em coleta, tratamento e análise de dados de rede sociais. A Oficina teve caráter bastante prático, com foco em como programar robôs e scripts para coletar dados na Web, como tratar os dados obtidos nas redes sociais e como extrair conhecimento a partir da análise dos dados coletados e tratados. O Curso teve duração de vinte horas. Foram oferecidas 25 vagas, para as quais se inscreveram 86 candidatos. Todos os alunos selecionados concluíram o curso, que ocorreu nas dependências do DCC/UFMG. Os professores foram Fabrício Benevenuto, Fernando Mourão e João Palotti, todos sob a coordenação técnica do prof. Wagner Meira Júnior, do DCC/UFMG.

O professor Fabrício Benevenuto considerou a experiência gratificante e positiva. Segundo ele, “Os alunos estavam muito interessados. Fizeram os exercícios que pedimos, realizaram tarefas em casa, prestaram atenção e participaram. Nenhum aluno faltou o curso todo, isso em plenas férias escolares.” Para ele, não foi trivial lecionar para alunos do ensino médio. Ele explica: “O tempo todo eu me deparei com uma situação em que eu precisava dar um passo atrás e explicar coisas mais básicas ainda. Elaborar um material didático motivador e remover o vocabulário técnico adquirido na vida acadêmica ao longo dos anos foi um desafio. E acho que ficou bom, os alunos gostaram muito.” Ele acrescenta ainda que, apesar da pouca idade dos estudantes, ele sentiu uma certa maturidade. “Não sei dizer se isso é característica do curso deles ou se é o perfil do aluno que procura fazer um curso nas férias.”

O estudante Clayton Eduardo Mendes afirmou que, antes da Oficina, as redes sociais eram, para ele, “um local de simples forma de diversão e interação social”. Porém, após a Oficina, ele entendeu que “as redes sociais são ambientes de interação social com grandes potenciais e possibilidades de inovação, coleta de opinião, atividades econômicas entre tantas outras possibilidades.”. Para ele, o tópico mais importante abordado foi mineração de dados e extração de conhecimento. Ele comenta: “este tópico é interessantíssimo, pois nos mostrou mecanismos para extração de conhecimento e informação de dados, que por si só não conseguem significar muita coisa útil”. Ele conclui dizendo que todos os tópicos abordados foram importantes para o entendimento das redes sociais.

O estudante Lucas Duarte Prates inscreveu-se na Oficina porque entendeu que o curso poderia “oferecer e expor um conteúdo importante e em alta atualmente, além de ser oferecido por uma instituição renomada e confiável”. Além disso, ele acrescenta, “cursos como este são de grande proveito na minha formação”. O estudante Lucas Gustavo Castro de Paula, também participante da Oficina, considera que “é de extrema importância para um profissional de informática conhecer e dominar essa área. Como gosto muito de programação, a Oficina consistiu em uma oportunidade de unir o útil ao agradável, sendo de grande importância em minha formação profissional.”

O estudante Magno Tairone de Freitas mudou sua visão em relação às redes sociais após realizar a Oficina. Para ele, as redes sociais eram somente um passatempo, e agora ele percebe que “existem redes sociais direcionadas a área profissional e a diversos outros nichos mais específicos.” Ele conclui suas observações: “Quero parabenizar o InWeb pela realização de um evento voltado para o público técnico, pois a maioria dos eventos da área de Computação é voltado para alunos de Graduação.” Matheus Henrique Sales também viu ampliarem suas perspectivas em relação às redes sociais: “Após o curso vi que a utilização das redes sociais por nós, profissionais de informática, é bastante diversificada e garante um ótimo meio para realizar trabalhos.”

Para o coordenador do InWeb, professor Virgilio Almeida, “a Oficina de Inverno Programação para Redes Sociais é uma parte importante do desenvolvimento do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Web. O objetivo é a divulgação científica e tecnológica para a sociedade. Ao focalizarmos no público do ensino médio, alunos entre 15 e 17 anos, procuramos levar a essa geração as principais ferramentas e recursos de programação para redes sociais, que serão base da futura infraestrutura de comunicação da sociedade. Assim, procuramos despertar esses jovens alunos para a evolução tecnológica, como também para o pensamento algorítmico desenvolvido pela Ciência da Computação.”

Ao colocar nossos jovens em contato com a ciência mais avançada produzida no Brasil e no mundo, essa iniciativa contribui para a difusão de conhecimento técnico e científico para a comunidade, reforçando o papel social dos INCTs. Esse modelo de difusão do conhecimento pode servir de inspiração para os demais INCTs bem como para as instituições de ensino superior brasileiras.

Estudantes do Ensino Médio em curso sobre Redes Sociais

Recursos

Sobre os autores

Cristina Murta é doutora em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora do Departamento de Computação do CEFET-MG. Foi pesquisadora visitante na Boston University e na University of California, onde realizou o pós-doutorado. Sua pesquisa concentra-se na área de análise, projeto e modelagem de desempenho de sistemas computacionais, redes de computadores e sistemas distribuídos em larga escala como a Internet e a Web. O foco mais recente de sua pesquisa é em redes complexas. É pesquisadora do InWeb.
Evandrino Barros possui graduação em Ciência da Computação pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1995) e mestrado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005). Atualmente é professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) e cursa doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais. Sua pesquisa concentra-se na área de gerência de dados na Web, bibliotecas digitais e recuperação de informação. O seu foco mais recente são os algoritmos de consulta em fluxos de dados XML.
Raquel Prates possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1991), mestrado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1994) e doutorado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1998). É professora adjunta da Universidade Federal de Minas Gerais desde 2006. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Interação Humano Computador, atuando principalmente nos seguintes temas: engenharia semiótica, interação humano-computador, avaliação de interfaces, comunicabilidade e design de interfaces.


Esta é uma publicação eletrônica da Sociedade Brasileira de Computação – SBC. Qualquer opinião pessoal não pode ser atribuída como da SBC. A responsabilidade sobre o seu conteúdo e a sua autoria é inteiramente dos autores de cada artigo.
v03n03/18.txt · Última modificação: 2020/09/22 02:27 (edição externa)

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