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COLUNA

EDIÇÃO Dezembro 2012

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EDIÇÃO Dezembro 2012

Entrevista com o professor Navaux

Prêmio Newton Faller 2012

> Nesta edição da Coluna Perfil, temos o prazer de conhecer um pouco mais sobre o Professor Philippe Alexandre Olivier Navaux (UFRGS), que foi agraciado com o Prêmio Newton Faller 2012. Esse prêmio homenageia os membros da SBC que se distinguiram por serviços prestados à Sociedade e é exclusivo a sócios efetivos e fundadores.

Como você descreveria sua trajetória profissional e envolvimento com a SBC, culminando na homenagem desta comunidade com a outorga do Prêmio Newton Faller 2012?

Ao longo dos anos passei por vários cargos na SBC e atualmente sou coordenador da CEACPAD, Comissão Especial em Arquitetura de Computadores e Processamento de Alto Desempenho. Da mesma forma na universidade passei pela maioria dos cargos acadêmicos como administrativos.

Penso que este prêmio me foi oferecido representando a todos que trabalham institucionalmente e com persistência para que a SBC e a computação brasileira alcance representatividade no cenário mundial.


Prof. Navaux, na plateia do CSBC 2012

Como atual coordenador da área de computação na CAPES, como vê o atual quadro da graduação e pós-graduação em nossa área no Brasil?

Do ponto de vista da pós-graduação em computação, que é da alçada do comitê, eu diria que ela vai muito bem e num crescente.

Acho que estamos frente a dois cenários, na pós-graduação a computação está alcançando, em vários programas, patamares de qualidade internacional, por outro lado no cenário da graduação existe um certo recuo de candidatos nos cursos, fruto do aumento do número de cursos novos oferecidos no país e portanto uma maior concorrência entre estes, além de uma migração de interesse dos estudantes para áreas de acesso e estudo mais fácil.

Como vê o cenário atual de sua área de atuação, arquitetura de computadores e processamento paralelo, no Brasil?

O Brasil está frente a um desafio. Considerado um país em vias de desenvolvimento, um dos BRICS, e portanto com perspectivas de atuação crescente no cenário mundial, espera-se que este possua algumas plataformas de ponta. Por outro lado, para a aquisição destas máquinas, os investimentos são muito grandes. Resumo, precisamos ter algumas máquinas de grande porte no país, entre as TOP500, que permitirão seu emprego na produção, mas também na pesquisa. Por outro lado não precisamos entrar numa corrida entre países para ter as maiores máquinas, considerando os altos investimentos e a rápida depreciação destas plataformas, frente o crescente e rápido avanço da tecnologia.

Em 2012, pela primeira vez teremos um Simpósio Brasileiro realizado no exterior. Como foi essa experiência de levar o SBAC-PAD para Nova Iorque? Quais as vantagens e desvantagens dessa abordagem que podem servir de lição para outras áreas que estão considerando esta opção?


Prof. Navaux e o presidente da SBC,
prof. Paulo Cunha

A decisão de levar o SBAC para o exterior foi uma decisão amadurecida ao longo dos últimos anos. Já que o SBAC era um evento internacional, com mais de 50% dos artigos de autores fora do Brasil, era hora que o evento saísse do país. A grande dúvida era se os autores continuariam a enviar artigos, quando o evento não fosse mais no Brasil. Pois o evento está sendo um sucesso, foi a conferência que recebeu mais artigos, um total de 128, com autores de mais de 20 países. Para nós foi uma ótima notícia mostrando que o SBAC tinha alcançado a fase adulta, sendo considerado um evento respeitado e de qualidade no cenário do PAD (HPC), Processamento de Alto Desempenho, mundial.

Em sua opinião, quais os principais desafios para a área de computação atualmente?

Se olharmos na ótica da área em que atuo, sem dúvida que o desafio para os próximos anos é como obter máquinas de Exaflops, isto é, máquinas que consigam processar 1018 instruções de ponto flutuante por segundo. Isso passa não só por uma simples evolução das atuais máquinas, mas em muitos casos por algumas revoluções de conceitos. Um dos pontos principais é como gerenciar o consumo de energia destas máquinas

Por outro lado, olhando a área da computação de forma ampla, diversos desafios estão pela frente, entre os quais eu salientaria a ubiquidade, capacidade de acessar de qualquer lugar seu ambiente e dados de trabalho, que envolve várias áreas como redes, cloud, entre outras. Salientaria também a interface homem máquina que está aumentando nas suas várias formas de acesso, roupas, casas, a maioria dos objetos terão no futuro próximo capacidade de conversar/ informar. Outro ponto importante é o processamento inteligente, a extração de informação, da grande quantidade de dados existentes no mundo.

A computação apresenta grande potencial de atuação e contribuição em pesquisa, desenvolvimento e inovação em áreas multidisciplinares, dada a sua transversalidade face a outras áreas do conhecimento, tanto de ciências básicas quanto aplicadas. Como vê a inserção nesse cenário do profissional de computação?

A computação hoje em dia permeia todos os segmentos da nossa sociedade e isto só aumenta, tornando-nos cada vez mais dependentes desta. Por outro lado, faltam profissionais no nosso país para atender a toda esta demanda o que leva ao surgimento de pessoas sem formação tentando suprir estas lacunas.

A interdisciplinaridade é uma palavra chave na pesquisa e desenvolvimento dos dias atuais e a Computação é uma das áreas que mais possui interfaces com as outras áreas. Diria que, nos dias atuais, não existe área que não possa se beneficiar da computação para acelerar seu desenvolvimento e abrir novas portas para a ciência.

Que mensagem transmitiria aos graduandos e jovens profissionais de computação (público-alvo da SBC Horizontes)?

Diria a eles que a computação é uma das áreas com grandes desafios e oportunidades. Que no nosso país a área tem crescido e que possuímos universidades que oferecem uma ótima formação, que não deve nada às principais universidades no mundo. Que as oportunidades de emprego são crescentes na área e que temos um deficit grande de profissionais, donde as oportunidades. Que para os que gostam de empreender o Brasil é o país do futuro. Terminaria dizendo “não tenham medo de desafios, pois são estes que movem o mundo”.

Esta é uma publicação eletrônica da Sociedade Brasileira de Computação – SBC. Qualquer opinião pessoal não pode ser atribuída como da SBC. A responsabilidade sobre o seu conteúdo e a sua autoria é inteiramente dos autores de cada artigo.
v05n03/30.txt · Última modificação: 2020/09/22 02:27 (edição externa)

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