Era uma vez uma menina, duas meninas, três meninas…

Era uma vez uma menina, duas meninas, três meninas…

Por Fabíola Guerra Nakamura e Ana Kiara Medeiros Braga

A frase “Era uma vez” embalou muitos de nós e nos levou a mundos imaginários, com personagens fantásticos e nos ensinou, mesmo sem nos darmos conta, a lidar com nossas emoções. Lembro que quando me tornei mãe, por algum tempo, acelerava as cenas de desenhos com personagens malvados ou cenas fortes preocupada que minhas filhas se assustassem. Pouco tempo depois descobri que desenhos animados e histórias ajudam as crianças a lidar com emoções como medo e ansiedade. A partir desse dia não acelerei mais os filmes.

Eu sempre gostei de histórias e aos cinco anos de idade, meus pais muito sabiamente me deram um gravador para eu gravar minhas histórias favoritas e talvez dar um descanso aos seus ouvidos. Cresci lendo bastante, e semana passada pude dividir um dos meus livros favoritos da adolescência com Bela, minha filha mais velha. Ela gostou tanto que recomendou para colegas. Em contrapartida, tenho assistido animes com ela. Em tempos de pandemia, isso tem sido uma experiência maravilhosa. 

Filmes também fizeram parte de meu crescimento. Filmes baseados em histórias reais sempre me chamaram atenção. Constantemente, ao terminar de ver esse tipo de  filme,  eu procuro saber um pouco mais sobre essas pessoas e se as coisas aconteceram como foram mostradas. Lembro de algumas vezes ter me decepcionado com algumas licenças poéticas. Mas muitas vezes fiquei ainda mais maravilhada com a realidade.

Um misto de cada uma dessas experiências me fez contar, em um evento, a história de como a Ciência e a Engenharia entraram em minha vida.  Comecei minha história com “Era uma vez uma menina…”. Pedi que outras participantes do evento também escrevessem suas histórias e elas gentilmente me enviaram e autorizaram que eu as contasse. A cereja do bolo? As ilustrações das histórias feitas pela Gabi, minha filha caçula. Esse foi mais um momento de compartilhar meu amor pela ciência com ela, Gabi, que por sinal, já está com um pezinho na área de exatas. Afinal, qual criança aos 5 anos de idade monta um colar de miçangas simétrico ou cria aos 11 anos um sistema de numeração, ao sugerir,  usar uma vela de cor vermelha e três de cor verde para o bolo  de aniversário de 13 anos da irmã? 

Histórias inspiram, histórias geram identificação, histórias nos fazem acreditar. Então, quando surgiu a necessidade de um tema para o Programa Meninas Digitais comemorar o Mês da Mulher,  eu e a Professora Ramayane Bonacin Braga, também do Comitê Meninas Digitais, pensamos: Por que não conhecer novas histórias? Assim nasceu a Campanha Era uma vez uma menina, que nos presenteou durante todo o mês de março com lindas histórias de mulheres que foram todas  ilustradas por crianças. 

Para essa linda ação, contamos com a colaboração da Ana Kiara, estagiária do Programa Meninas Digitais, que agora nos conta um pouco da sua história e da experiência com a  Campanha. 

Desde que eu aprendi as primeiras letras, a leitura se tornou parte de mim. Com o tempo eu experimentei muitos gêneros de livros, mas o romance sempre foi meu preferido. Inclusive, eu sonhava em montar minha própria cafeteria (estilo a da série Friends, que eu amo), porém com uma biblioteca comunitária para que as pessoas pudessem ler algo enquanto estivessem tomando um café. É incrível como um pouquinho de café e uma ótima leitura podem melhorar nosso dia.

Eu também achava fascinante o mundo da tecnologia e foi por isso que em 2018 eu prestei vestibular para Engenharia da Computação. Hoje eu sou graduanda do curso, voluntária no Cunhantã Digital, um projeto de Manaus/AM, parceiro do Programa Meninas Digitais e ano passado (2020) comecei um estágio no Programa Meninas Digitais. 

Em 2021, as professoras do Comitê do Programa propuseram a linda Campanha “Era uma vez uma menina…” para comemorarmos o mês da mulher. Como eu falei, a leitura sempre fez parte da minha vida, então só juntou o útil ao agradável. A minha contribuição foi a de criar uma parte especial no site do Meninas Digitais para campanha, adicionar as histórias e ilustrações que nos foram enviadas e fazer a divulgação nas redes sociais. Isso fez com que eu passasse um tempinho especial com cada uma delas, já que eu lia e relia todas as vezes que ia publicar em algum dos ambientes. 

Todas foram muito envolventes, porque apesar de ainda estar nos primeiros anos da minha jornada profissional, muitas vezes já pensei e até tentei desistir da área. Conhecer as histórias de tantas mulheres incríveis que superaram as mais diversas dificuldades e hoje vivem seus sonhos, foi uma porção enorme de incentivo e motivação. Espero que assim como foi uma experiência extremamente gratificante e inspiradora para mim, tenha sido para todos e todas que acompanharam a campanha desse Programa tão especial e necessário na vida de muitas meninas digitais!

Queremos agradecer de coração a todas lindas contribuições e esperamos que vocês tenham aproveitado a experiência tanto quanto nós apreciamos suas histórias e ilustrações.

Suas experiências nos mostraram:

A importância da ciência na vida das crianças.

O poder do incentivo.

A beleza das amizades verdadeiras.

A força da representatividade.

E tantas outras lindas lições.

Acima de tudo, o que nos fez celebrar ainda mais esta campanha foi encontrar em cada história o que o Programa Meninas Digitais e seus projetos parceiros representam:  Possibilidade!

Referências

Programa Meninas Digitais. Campanha “Era uma vez uma menina …” em Comemoração ao Dia Internacional da Mulher (2021). Disponível em: <http://meninas.sbc.org.br/era-uma-vez-uma-menina/>. Acesso em: 26 jun. 2021. 

Como citar este artigo:

Nakamura, Fabíola Guerra; Braga, Ana Kiara Medeiros. Era uma vez uma menina, duas meninas, três meninas… SBC Horizontes. ISSN: 2175-9235. Disponível em: http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2021/05/era-uma-vez-uma-menina/

Sobre as autoras:

Fabíola Guerra Nakamura 

Professora do Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas desde 2006, onde atuou como coordenadora acadêmica de 2012 a 2017. Coordena a atividade Mulheres em STEAM do Projeto SUPER (SAMSUNG/UFAM) para incentivar a permanência de alunas em grupos de Computação, Engenharia e Design. Fundadora do Projeto Cunhantã Digital e integrante do Comitê Gestor do Programa Meninas Digitais da SBC. Esposa do Eduardo e mãe da Bela e Gabi. 

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9615041048900531

Linkedin: linkedin.com/in/fabíola-guerra-nakamura-7616892b

Ana Kiara Medeiros Braga 

Graduanda do curso de Engenharia da Computação da Universidade Federal do Amazonas. Bolsista do Projeto SUPER, projeto entre a SAMSUNG e a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) que visa estimular a capacitação e a pesquisa para alunos de graduação. Voluntária no Cunhantã Digital e no explicaENEM.

Linkedin : https://www.linkedin.com/in/kiara-medeiros-a09aa61b9

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