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A profissão mais sexy do século? Entenda como a Ciência de Dados promete ser uma das profissões mais importantes da nova década.

Em poucos dias se iniciará uma nova década. A década de 10 foi marcada por avanços tecnológicos e tão importante quanto, a popularização da tecnologia. Em 2009, aparelhos como os smartphones eram ainda exclusivos de uma parcela pequena da população. Eram recentes (afinal, fazia pouco mais de 1 ano desde o lançamento do primeiro iPhone) e seu custo era elevado. Estimava-se que em 2010, no Brasil, teríamos 202,9 milhões de celulares, sendo que destes, apenas 20,6 milhões possuíam acesso à Internet [1]. Em 2013, no Brasil, já haviam cerca de 70 milhões de smartphones [2], e em 2019, este número atingiu [3] a marca de 230 milhões de aparelhos.

Além disso, hoje temos mais máquinas do que smartphones conectadas a Internet [4]: televisões, câmeras, assistentes virtuais, relógios e até mesmo geladeiras, são exemplos de dispositivos que hoje, usando a rede, transmitindo dados.

E qual a relação de tudo isso com a profissão do futuro? Toda essa tecnologia, gera hoje, montantes incríveis de dados e com isso, nasceu a área de Big Data, área do conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de grandes conjuntos de dados.

E, é aqui que surge a profissão mais sexy do XXI, segundo a Harvard Business Review [5]: O Cientista de Dados.

O Cientista de Dados é o profissional capaz de extrair informação relevante destes grandes volumes de dados. E esse profissional também tem habilidades para lidar com estatística, visualização de dados, inteligência artificial e aprendizado de máquina. As competências do Cientista de Dados se encontram na intersecção de Habilidades de Hacker, Conhecimento sobre estatística e matemática e, Competências significativas [6].

O diagrama de Venn da Ciência de Dados
O diagrama de Venn da Ciência de Dados [6]

Para Alexis Cabeda, gerente de Ecossistemas do P&D da HP Inc. Brasil, a área de Ciência de Dados e suas derivações são as áreas mais promissoras hoje, no Brasil:

“Do ponto de vista de um profissional de TI, eu vejo a área de aprendizado de máquina, com certeza, inteligência artificial no geral, mas, mais especificamente, aprendizado de máquina. Tem muita demanda desta área de conhecimento. E não é uma área que se consiga rapidamente adquirir um background. Tem também as ramificações de machine learning, como processamento de linguagem natural, deep learning, visão computacional, que são áreas que tem alta demanda. Depois, na parte de Data Science, parte de Big Data, infraestrutura de dados para aplicar ciência de dados em cima, e o cientista de dados em si, um perfil que é uma mistura de estatístico e cientista da computação.”

E este ponto de vista, não é somente de Alexis. A revista Exame [7] também destaca a profissão de Ciência de Dados e suas subáreas como as profissões do futuro. Ele complementa:

“A quantidade de dados disponíveis no mundo é cada vez maior e com a Internet das coisas, isso vai crescer ainda mais. Então, como tirar inteligência destes dados que estão tão abundantes no mundo? […] Hoje, a gente faz um uso muito pequeno do que poderia ser.”

Alexis conta que o Brasil vem se destacando cada vez mais nos projetos na área de Ciência de Dados, em especial, na área de aprendizado de máquina, mas, que faltam profissionais para atender essa demanda crescente:

“No nível de excelência que se quer nas empresas, não existem profissionais o suficiente. Tem pessoas que vêm se aproximando da área, mas isso exige um nível de expertise e conhecimento que não está disponível. Por isso a HP tem investido em programas de formação nesta área, como o Laboratório de Inovação em Software e o curso de Especialização em Data Science com a PUCRS.”

Se depois de tudo isso, você ainda não estiver convencido a entrar neste promissor mundo da Ciência de Dados, vamos falar de valores? No Brasil, a média salarial, segundo o site Love Mondays, é de 9 mil reais, podendo chegar até 20 mil reais [7]. E, se você acredita que a Ciência de Dados não é para você, Alexis deixa uma dica, relacionada a área de engenharia para manufatura aditiva:

“Agora, com a manufatura aditiva e a impressão 3D, e os sistemas de CAD mais modernos tu consegues criar peças que se aproximam de uma peça orgânica […]. Como projetar peças para este novo mundo? Essa é uma demanda grande tanto para computação quanto para as áreas de engenharia.”

Mas, este, é assunto para outra matéria.

Referências:

[1] UOL Notícias. https://tecnologia.uol.com.br/celulares-telefonia/ultimas-noticias/2011/01/19/brasil-chega-a-2029-milhoes-de-celulares-em-2010.jhtm. Último acesso: 22 de dezembro de 2019.

[2] Exame. https://exame.abril.com.br/tecnologia/brasil-e-o-quarto-pais-do-mundo-em-numero-de-smartphones. Último acesso: 22 de dezembro de 2019.

[3] UOL Notícias. https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2019/04/26/brasil-tem-230-mi-de-smartphones-em-uso.htm. Último acesso: 22 de dezembro de 2019.

[4] G1 Notícias. https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/internet-das-coisas-ha-mais-maquinas-online-que-celulares-e-elas-tem-ate-rede-propria.ghtml. Último acesso: 22 de dezembro de 2019.

[5] Harvard Business Review. https://hbr.org/2012/10/data-scientist-the-sexiest-job-of-the-21st-century. Último acesso: 22 de dezembro de 2019.

[6] Drew Conway Data Consulting. http://drewconway.com/zia/2013/3/26/the-data-science-venn-diagram. Último acesso: 22 de dezembro de 2019.

[7] Exame. https://exame.abril.com.br/carreira/cientista-de-dados-a-profissao-do-futuro-continua-em-alta. Último acesso: 22 de dezembro de 2019.

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