As mulheres por trás do Shehacks: um hackathon para mulheres universitárias

As mulheres por trás do Shehacks: um hackathon para mulheres universitárias

Por Carolina Arenas, Beatriz Novais, Júlia Passos, Julianne de Sá, Larissa MaruyamaThais Lasso e Vitória Regina

Sabendo da disparidade entre a presença de homens e mulheres na computação, muitas ações voltadas para a inserção feminina na área são realizadas. Cursos, programas de aceleração e hackathons são apenas alguns exemplos que existem em prol dessa causa. Tendo isso em vista, o CodeLab – grupo de extensão presente na USP e na UFABC – em parceria com a Iniciativa Ada, criou o SheHacks, uma hackathon exclusiva para mulheres universitárias. 

Pode ser que nem todos conheçam, mas uma hackathon é uma maratona de programação em que times se reúnem para solucionar de forma inovadora o tema proposto e, por fim, apresentar suas ideias para jurados. Apesar do evento esperar por soluções tecnológicas, pessoas de diversas áreas se reúnem para compor times interdisciplinares.

Para contextualizar, o CodeLab organizou edições específicas para ingressantes de computação – para se familiarizarem com o ambiente – e edições abertas para qualquer estudante de graduação ou pós-graduação da USP. Apesar do esforço em promover essas competições, a baixa adesão feminina motivou a criação do SheHacks, em 2019.

A organização do SheHacks é composta por mulheres que participam do CodeLab e voluntárias – as quais carinhosamente chamamos de Iniciativa Ada. Sua primeira edição, com o tema “Melhorando a divulgação científica por meio da tecnologia”, foi sediada no Facebook São Paulo e contou com a participação de 67 mulheres universitárias, sendo o primeiro evento desse tipo para 74,6% das participantes.

Os preparativos para a segunda edição começaram em fevereiro, quando ainda não se pensava nos efeitos do Coronavírus na sociedade. Em julho, a organização começou a adaptar o evento para um formato totalmente novo: o online. Para tornar o evento o mais acessível possível, foram escolhidas ferramentas de fácil configuração e uso. Além disso, para aproximar a experiência o máximo possível do formato presencial, contamos com mentoras, brindes e vouchers de refeições para as participantes. 

Uma escolha que nos permitiu ter um cuidado maior com as participantes foi a limitação do número de competidoras, a fim de assistir de perto cada equipe e acompanhar a evolução dos projetos em tempo real. Apesar do medo do evento ter uma alta desistência, isso não se concretizou e 21 equipes entregaram seus projetos ao fim do segundo dia do SheHacks. 

Organizar uma hackathon, por mais desafiador e trabalhoso que seja, é muito recompensador, principalmente quando recebemos os feedbacks e notamos a satisfação das participantes com o evento. Deixaremos alguns depoimentos para que vocês, leitores, possam sentir, assim como nós, a realização que é poder preparar um evento voltado para mulheres e fazer diferença na vida delas e em como elas encaram esse ou outros desafios em suas jornadas. 

Os depoimentos a seguir foram enviados de forma anônima pelas participantes:

“Achei demais, tinha medo de participar por receio de não apresentar resultado, mas o resultado do trabalho em grupo sempre acontece com dedicação! Com certeza irei participar de outras hackathons!”

“Esse foi meu primeiro [hackathon]. Com certeza mudou [minha percepção], pois eu tinha um pouco de receio de me inscrever para hackathons pelo fato de estar começando a aprender programação agora e achar que não seria capaz de produzir nada legal. Depois de participar do SheHacks, percebi que consigo, sim. Montando um time com habilidades diversificadas dá para fazer muita coisa. Daqui pra frente pretendo tentar participar de eventos assim sempre que tiver a oportunidade.”

“Esse é meu primeiro ano e a primeira vez que participo de um hackathon. Estava desanimada DEMAIS com a graduação e sem vontade nenhuma de continuar ano que vem, mas depois desse SheHacks estou tão motivada de novo. Foi muito louco isso tudo que aconteceu. Eu sempre duvidei de mim e das coisas que eu poderia fazer e esse evento me mostrou tanta coisa em pouco tempo que ainda tô assimilando tudo. No momento, só tenho dó de qualquer coitado que passar na minha frente e ter que me ouvir falar ‘oi, eu ganhei o primeiro lugar do SheHacks’ porque ainda não estou acreditando de verdade, nunca [antes] me senti capaz de nada.”

Como citar esse artigo:

Arenas, C.; Novais, B.; Passos, J.; Sá, J.; Maruyama, L.;Lasso, T.; 2020. As mulheres por trás do Shehacks: um hackathon para mulheres universitárias. SBC Horizontes. ISSN: 2175-9235. Disponível em: http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2020/10/as-mulheres-por-tras-do-shehacks:-um-hackathon-para-mulheres-universitarias/(abrir em uma nova aba)

Sobre as autoras:

Carolina Arenas

Graduanda em Ciências de Computação pela USP e presidente do CodeLab Sanca. Minha maior paixão é organizar hackathons para universitários e ser tiktoker nas horas vagas.

 Beatriz Novais

Graduanda em Sistemas de Informação pela USP, amante da tecnologia e membro do CodeLab Leste.

Júlia Passos

Apaixonada por computação, vim de Salvador para estudar Sistemas de Informação na USP e faço parte de iniciativas que promovem a participação feminina na tecnologia.

 Julianne de Sá

Curitibana e graduanda em Sistemas de Informação pela USP, entusiasta de AI e Data Science e membro do CodeLab Leste.

Larissa Maruyama

Jornalista e graduanda em Sistemas de Informação pela USP. Entusiasta de segurança da informação e amante de bolos.

Thais Lasso

Graduanda em Sistemas de Informação pela USP e membro do CodeLab Leste. 

Vitória Regina

Graduanda em Sistemas de Informação pela USP, ama participar de tudo quanto é entidade estudantil, adm do grupo rolê universitário nas horas vagas.

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