Mapeando as Olimpíadas Científicas: Um Breve Olhar sobre o Passado e o Presente no Brasil
Por Estela Miranda Batista, Gláucia Braga e Silva, Thais Braga Silva, e Deógenes Silva Junior.
As Olimpíadas Científicas são competições que abrangem temáticas específicas (Matemática, Biologia, Robótica, História, Meio Ambiente, etc.), voltadas para estimular a resolução de problemas teóricos e práticos, a realização de experimentos e a promoção de debates relevantes à sociedade (BRASIL, 2020). No Brasil, além das Olimpíadas, ocorrem várias outras competições científicas em diversas áreas de conhecimento, como Maratonas, Torneios e outras Competições de modo geral.
Desde a década de 1930, o Brasil já realizava competições estudantis como um modo de incentivar jovens estudantes no estudo da Matemática, contribuir para a melhoria de seu ensino e também revelar talentos para a área (Duarte e Galvão, 2014).
De modo regional, iniciativas de competições científicas no formato de Olimpíada surgiram na área da Matemática, desenvolvidas por grupos e coletivos estaduais de estudo. As primeiras edições da Olimpíada Estadual de Matemática ocorreram nos anos de 1967 e 1969, e depois a Olimpíada Paulista de Matemática em 1977.
Com a ocorrência da Olimpíada Paulista de Matemática em 1978, foi constituída, pela primeira vez, uma delegação brasileira para participar da competição internacional de matemática que ocorreu na Inglaterra.
Inspirada por essa participação e pela Olimpíada Paulista de Matemática, a Sociedade Brasileira de Matemática e o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) realizaram em 1979 a 1ª Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) em caráter nacional.
As Olímpiadas de Matemática inspiraram iniciativas semelhantes em outras áreas de conhecimento. A segunda área a realizar no Brasil uma Olimpíada em abrangência nacional foi a área de Química. O Instituto de Química da Universidade de São Paulo promoveu a primeira edição de sua Olimpíada em 1986 (BRASIL, 2021). Só para compararmos, a 1ª edição da Olimpíada Internacional de Informática só foi ocorrer em 1989, na Bulgária.
Na área de Informática, a primeira competição científica a ocorrer no Brasil em abrangência nacional foi a Maratona de Programação da SBC. A 1ª edição da Maratona ocorreu na Universidade Federal de Minas Gerais em 1996. Desde lá, novas competições regionais e nacionais na área de informática e computação vêm se desenvolvendo para que estudantes de ensino fundamental, médio, técnico e superior possam competir em diferentes modalidades.
Em sua maioria, as Competições Científicas trazem premiações associadas, como medalhas (ouro, prata e bronze), classificação para competir em finais ou em eventos mundiais/internacionais, e certificados de participação.
Entretanto, as Competições não devem ser vistas como uma forma de alavancar a ideia de “apenas uma pessoa é vencedora ou há uma elite”, ou de estimular apenas uma produtividade ou competição tóxica (Rezende e Ostermann, 2012).
As competições devem ser entendidas no espírito do Olimpismo (Delucia et al., 2017) e de seus valores de coletividade, colaboração, participação, e uma prática de atividades para a vida toda. As Olimpíadas democratizam o conhecimento e elevam a qualidade da educação científica nas escolas, propiciando a descoberta dos modos de se fazer ciência (BRASIL, 2020).
Deste modo, as Olimpíadas não envolvem somente a competição, mas a formação de equipes, o relacionamento entre elas e com a mentoria, a socialização de conhecimentos a partir de palestras, treinamentos e grupos de estudos que são realizados em preparação para o dia da competição.
Após a competição, quem participou pode dar mentoria e ensinar novas pessoas. Essa participação pré e pós evento são muito ricas e certamente contribuem para o aprendizado das pessoas envolvidas.
As Competições e Olimpíadas Científicas permitem que estudantes tenham contato com o ambiente universitário, possam despertar o interesse pelo conhecimento científico, e alcançarem objetivos maiores que “medalhas” (Delucia et al., 2017), como encontrar sua opção vocacional, conhecer pessoas e lugares novos, e ter a experiência marcante da participação em um grande evento com desafios coletivos.
Na área de Informática, por exemplo, as competições científicas promovidas ou apoiadas pela SBC, como a Maratona de Programação, a Olimpíada Brasileira de Informática (OBI) e a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), estimulam, a cada ano, mais de 100.000 jovens para as carreiras científico-tecnológicas da área de Computação e representam grande esforço na promoção da difusão do conhecimento de Computação na sociedade em geral (Macêdo, 2019).
A Estela Miranda Batista, por exemplo, foi uma participante de competições científicas em sua formação, além de participar como técnica e mentora de várias equipes, por exemplo na Maratona de Programação. Estela compartilha a seguir um pouquinho de sua experiência:
“No começo da graduação, fui convidada a participar do MinasCoders, um programa de extensão universitária da UFV – campus Florestal, onde foi possível me conectar com meninas veteranas do curso, que me apoiaram em dúvidas, além de muito incentivo para continuar. Com o tempo, recebi um convite para ser líder do subgrupo BOTz, um subgrupo do MinasCoders que treina equipes para maratonas de programação.
Passei por diversos momentos de incerteza, chegando a achar que talvez não estava preparada para essa tarefa. Porém, as professoras Thais Regina de Moura Braga Silva e Gláucia Braga e Silva, fundadoras e coordenadoras do MinasCoders, foram peça essencial para o meu desenvolvimento, em que me deram todo o apoio e exemplo que necessitava naquele momento, me fazendo enxergar que toda e qualquer tarefa que eu assumisse, não somente no programa, mas ao longo da vida acadêmica, eu poderia me sobressair desde que eu dissesse pra mim mesma que eu conseguiria.
A partir daí, eu passei por diversos momentos e experiências que fizeram com que eu tivesse um melhoramento pessoal e técnico, e pudesse experimentar as melhores experiências da minha vida, onde pude dizer que encontrei meu lugar ao sol.
Tecnicamente pude aprender sobre diversos algoritmos que muitas vezes a grade do curso não cobria, aprender a estudar de uma forma mais eficiente, além de desenvolver uma organização de tempo que se encaixa com meus limites, que foi um ponto essencial na minha carreira.
Já em aspectos pessoais, ser coach em maratonas me ajudou a perder a timidez e a falar em público, expondo o conhecimento que obtive ao longo da minha caminhada. Além disso, despertou em mim o senso de liderança, ajudando por exemplo a dividir tarefas entre as meninas do programa, e até mesmo na equipe que trabalhou comigo no projeto da minha iniciação científica.
E como um bônus, ao encontrar meu lugar ao sol, pude notar o quanto ensinar era algo que eu me sentia à vontade de fazer, o quanto era natural para mim, fazendo com que eu pudesse escolher para a minha carreira seguir na área acadêmica.
Como mensagem para outras meninas, assim como um dia me disseram, gostaria de dizer que sei que muitas vezes o caminho parece impossível, ou sem uma luz no final do túnel. Porém, se vocês olharem para dentro de si mesmas, irão enxergar mulheres incríveis, mulheres fortes, que podem conquistar o mundo, basta acreditar que vocês podem.
No final de tudo, quando ouvirem o nome de vocês sendo chamado para receber medalhas em maratonas, ou prêmios de melhores artigos, ou até mesmo na graduação de vocês, vão entender o quanto cada batalha ao longo do caminho valeu a pena, porque as vitórias dão força pra continuar, e as derrotas trazem lições para nas próximas vezes acertar.
Além disso, nunca se esqueçam, que mesmo não sendo campeãs de uma competição, o mais importante foi vocês estarem lá, porque toda experiência é benéfica para a formação de vocês, além de se tornarem um exemplo para outras meninas. Deixo então que a maior lição que fica é: sejam o exemplo de mulher que vocês gostariam de ver no mundo!”
Depois deste relato, apresentamos as principais competições científicas a nível nacional (dados até 2023): i) quando geralmente ocorre; ii) quem pode participar; e iii) como funciona a competição. Você também pode ter essa experiência inspiradora para você e para sua comunidade participando e ajudando a organizar esse tipo de evento!
Mapeamento de Competições Científicas de Informática no Brasil
Apresentaremos informações sobre a Maratona de Programação, a Olimpíada Brasileira de Informática, Torneio Feminino de Computação, Maratona Feminina de Programação da UNICAMP, Competição Brasileira de Robótica, Olimpíada Brasileira de Robótica, Torneio Juvenil de Robótica, Technovation Girls Brasil, Campus Mobile e Olimpíada Nacional de Aplicativos.
Maratona de Programação da SBC (desde 1996)
Site oficial:
Quando:
Anualmente, de junho a outubro.
Participantes:
Alunos e alunas de cursos de graduação e início de pós-graduação na área de Computação e afins.
Como funciona:
Desde o ano 2000, o evento no Brasil passou a ser promovido pela Sociedade Brasileira de Computação, sob coordenação do Comitê Diretor da Maratona de Programação. Várias instituições de ensino superior do Brasil desenvolvem competições locais para escolher seus melhores times para competir na Maratona de Programação, e os melhores na Final Nacional (regional sul-americana) são selecionados para participarem das Finais Mundiais do evento.
Os times são compostos por três estudantes, que tentarão resolver durante cinco horas o maior número possível dos dez ou mais problemas fornecidos. Eles têm à sua disposição apenas um computador e material impresso (livros, listagens, manuais, etc.) para vencer a batalha contra o relógio e a prova proposta. Os problemas devem ser resolvidos em qualquer das linguagens de programação disponíveis (C, C++, Python, Java ou Kotlin).
Há uma Fase Zero, de participação opcional e disputada virtualmente. Há a 1ª Fase, multisede e disputada presencialmente, como etapa classificatória para a Final Nacional. A Final Nacional ocorre em sede única, classificando uma melhor equipe para a Final Mundial. Espera-se que em 2024 haja a Final Latino-americana, que se chamará “Programadores da América”, como nova etapa classificatória entre a Final Nacional e a Final Mundial.
Olimpíada Brasileira de Informática (desde 1999)
Site Oficial:
https://olimpiada.ic.unicamp.br/
Quando:
Anualmente, de março a outubro.
Participantes:
Estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental até o 1º ano do Ensino Superior.
Como funciona:
A OBI é realizada em três fases: Local, Estadual e Nacional. Em cada fase, os melhores classificados serão convocados a participar da fase seguinte.
A OBI tem duas modalidades: programação e iniciação. Na Modalidade Programação, participantes realizam tarefas de programação e na modalidade Iniciação, participantes que ainda não sabem programar fazem as provas com questões no formato de múltipla escolha sobre lógica e raciocínio computacional. Em ambas as modalidades, os participantes fazem uma prova de acordo com seu respectivo ano escolar (nível junior para alunos do ensino fundamental, e assim por diante).
Os melhores colocados das modalidades Iniciação (exceto os do Nível Júnior) e Programação (exceto os do Nível Sênior) serão convidados para a Semana Olímpica da OBI, no Instituto de Computação da Unicamp, para participar de cursos e treinamentos em vários níveis.
Durante a Semana Olímpica há uma seleção para escolher 4 estudantes integrantes da equipe brasileira na Olimpíada Internacional de Informática (IOI), 10 integrantes para a equipe brasileira na Olimpíada Iberoamericana de Informática (OII) e as quatro integrantes da equipe brasileira na Olimpíada Europeia de Informática para Garotas (EGOI).
Torneio Feminino de Computação (desde 2020)
Site oficial:
Quando:
Junto da OBI.
Participantes:
Todas as meninas que se inscreveram para a OBI em qualquer modalidade de programação podem participar, sem necessidade de outra inscrição.
Como funciona:
Visa incentivar a participação feminina na modalidade de Programação da Olimpíada Brasileira de Informática. O torneio foi inspirado na European Girls’ Olympiad in Informatics (EGOI).
O torneio é totalmente online, realizado por meio do sistema da OBI. As competidoras têm 3 horas no intervalo de tempo indicado para resolver 4 problemas de programação, contadas a partir do horário do primeiro acesso.
Maratona Feminina de Programação da UNICAMP (desde 2023)
Site oficial:
Quando:
Inscrições em abril e maio; ocorrência da maratona em junho.
Participantes:
Mulheres e pessoas não-binárias que estejam regularmente matriculadas em alguma instituição brasileira de ensino superior.
Como funciona:
Surgiu como uma iniciativa para ampliar a participação de mulheres e pessoas não-binárias com alinhamento feminino ou neutro na área da computação, especialmente no ensino superior. Com o apoio da Universidade Estadual de Campinas e do Instituto de Computação (IC), este evento tem como objetivos estimular a participação feminina na Programação Competitiva, incentivar o interesse pela Computação entre o público feminino e ampliar a participação feminina na Maratona Brasileira de Programação, entre outros.
A Maratona consiste em uma competição de programação de fase única, no formato individual, no qual as competidoras devem, em um determinado tempo, utilizar seus conhecimentos sobre linguagens e técnicas de programação para solucionar o maior número de problemas com a maior agilidade possível.
Antes da competição, será ministrada, por uma figura feminina referência na área de computação e pelo Comitê Organizador, uma palestra de apresentação, enfatizando a importância do evento e informando sobre o formato do concurso e instruções para a maratona.
Ao final do evento, há uma confraternização entre todas as competidoras, no qual serão anunciadas as vencedoras do concurso.
Competição Brasileira de Robótica (desde 2003)
Site oficial:
https://www.cbrobotica.org/
Quando:
Anualmente, de junho a outubro.
Participantes:
Estudantes do ensino fundamental, técnico e médio; estudantes de ensino superior.
Como funciona:
A Competição Brasileira de Robótica (CBR) acontece paralelamente às finais da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), a Mostra Nacional de Robótica (MNR), e os Simpósios Científicos na área de Robótica, resultando no maior evento de robótica da América Latina. A CBR é composta por 16 categorias que reproduzem problemas do cotidiano, onde robôs autônomos (sem qualquer intervenção humana) devem realizar tarefas corretamente.
Há diferentes modalidades de desafios. A modalidade RoboCup Soccer, com robôs jogando partidas de futebol 2D ou 3D, sendo controlados à distância ou de forma autônoma, de diferentes tamanhos (tamanho infantil, jovem ou adulto).
A modalidade RoboCup Flying Robots Trial League é voltada para desafios envolvendo robôs voadores autônomos e inteligentes na execução de tarefas diversas aplicadas ao setor industrial e de logística. A RoboCup @Home, voltado para robôs de assistência em aplicações futuras para a casa doméstica. Também há a modalidade RoboCupJunior, com desafios voltados para estudantes do nível fundamental, médio e técnico.
E por fim a categoria IEEE, com desafios envolvendo pesquisas e o desenvolvimento de robôs humanoides, desafios temáticos anuais com uso de robótica geral ou com kits educacionais e partidas de futebol sem intervenção humana.
Olimpíada Brasileira de Robótica (desde 2007)
Site oficial:
Quando:
Anualmente, em outubro.
Participantes:
Ensino fundamental, médio ou técnico (até 19 anos).
Como funciona:
A Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) possui duas modalidades (Prática e Teórica) que procuram adequar-se tanto ao público que nunca viu robótica quanto ao público de escolas que já têm contato com a robótica educacional.
As atividades acontecem por meio de competições práticas (com robôs) e provas teóricas em todo o Brasil. Os classificados na OBR também podem se tornar representantes brasileiros em grandes competições mundiais, como a RoboCup, maior evento de robótica do mundo.
Torneio Juvenil de Robótica (desde 2009)
Site oficial:
https://www.torneiojrobotica.org/
Quando:
Anualmente, de agosto a dezembro.
Participantes:
Todas as faixas etárias a partir de 6 anos de idade.
Como funciona:
O Torneio Juvenil de Robótica (TJR) é uma competição de robótica gratuita e presencial que se destina a difundir a Robótica e a Computação através da prática de aprendizagem baseada em projetos para a produção de protótipos de robôs.
São várias modalidades de desafios de Robótica, como o desafio “Viagem ao centro da terra” e “Resgate”, com o desafio de fazer o robô andar por um caminho e resgatar um objeto, “Dança” com coreografia de robôs e humanos, “Futebol”, “Cabo de guerra”, “Sumô” e “MMA” entre robôs, entre outras dezenas de desafios.
Todos os desafios vêm acompanhados de Cadernos de Apoio publicados no site do evento, onde estão apresentadas as características básicas do problema, orientações pedagógicas para a preparação dos alunos e as características do desenrolar da competição.
Evento ocorre presencialmente em etapas regionais e, ao final do ano, todas as equipes classificadas nas regionais participam da final anual. As equipes premiadas na Final Anual do TJR classificam-se para representar o Brasil no International Tournament of Robots (ITR).
Technovation Girls Brasil (desde 2010)
Site oficial:
https://www.technovationbrasil.org/
Quando:
Lançamento anual em outubro, desenvolvimento dos projetos de janeiro a abril, e avaliações e premiação de maio a julho.
Participantes:
De 1 a 5 integrantes que se identificam como mulheres, mulheres trans, não-binárias ou não conformes com o gênero.
Como funciona:
O Technovation Girls desafia meninas entre 08 a 18 anos a criar, desenvolver e lançar um aplicativo de celular ou um projeto utilizando Inteligência Artificial que resolva problemas em suas comunidades.
Durante 12 semanas, elas trabalham em times para desenvolver um plano de negócios e a solução, passando pelo processo de identificação do problema, a geração de ideias para solucioná-lo, a elaboração de um plano de negócios, desenvolvimento de um produto digital no mercado e a apresentação para investidores.
A competição envolve a submissão, dentre outros documentos, de um vídeo de pitch sobre o problema e a solução; a submissão de um vídeo técnico, descrevendo como o projeto foi construído, programado e mostrando quais funcionalidades pretende implementar; e um relatório descrevendo as lições aprendidas e experiência da equipe na jornada do Technovation Girls.
São várias divisões, sendo a Divisão Iniciante (8 a 12 anos), Divisão Júnior (13 a 15 anos) e Divisão Sênior (16 a 18 anos). Ao final, uma equipe representante da América Latina em cada divisão será selecionada para participar do evento global World Pitch Event, concorrendo com projetos de meninas do mundo inteiro.
Campus Mobile (desde 2012)
Site oficial:
https://www.institutoclaro.org.br/campus-mobile/
Quando:
Anualmente, inscrições de outubro a novembro; desenvolvimento dos projetos de janeiro a abril.
Participantes:
Podem participar do Campus Mobile estudantes de graduação, mestrado ou doutorado do Brasil ou pessoas recém-formadas no Ensino Superior do Brasil.
Como funciona:
O programa Campus Mobile é um concurso de ideias e soluções para mobile. Os participantes recebem orientação de especialistas da área de inovação para o aperfeiçoamento dos projetos. Eles também participam de uma semana presencial, que conta com maratona de programação, palestras e oficinas para o desenvolvimento dos projetos.
A primeira fase do programa é a Fase Preparatória, em que serão selecionados até 17 projetos por categoria e as ideias dos projetos serão desenvolvidas com apoio de mentorias. A segunda fase do programa é a participação na Semana Imersiva, em que os projetos devem ser refinados, e um protótipo deve ser elaborado e apresentado a uma Banca de Avaliação. A terceira fase consiste na Finalização de Protótipos, no qual ocorre a apresentação dos resultados dos projetos. Ao final, o grupo vencedor de cada categoria ganha uma viagem para o Vale do Silício.
Olimpíada Nacional de Aplicativos (desde 2017)
Site oficial:
Quando:
Anualmente, de abril a novembro.
Participantes:
Alunos do Ensino Médio. As equipes devem incluir meninos e meninas.
Como funciona:
A Olimpíada Nacional de Aplicativos (ONDA) desafia o estudante a desenvolver tecnologias capazes de amenizar os problemas sociais e ambientais que permeiam a sociedade moderna. Cada edição traz um desafio temático diferente.
A Olimpíada ocorre em duas fases: na primeira fase ocorre a inscrição e submissão de uma proposta de aplicativo para solucionar o desafio temático. O aplicativo é avaliado a partir de critérios, selecionando algumas equipes para a próxima fase. Na segunda fase, há a submissão de um vídeo “pitch” de até 3 minutos de duração, apresentando a equipe e a solução. Os vídeos serão avaliados por uma banca externa para selecionar os vencedores da Olimpíada.
Como foi possível observar, há vários eventos disponíveis para participações de pessoas de diferentes gêneros e idades. A participação também pode ser de diferentes tipos: muitos eventos são voltados para crianças e adolescentes e necessitam muito da disponibilidade e ajuda de pessoas voluntárias (que tal se inscrever como voluntária?).
Ou seja, além de ajudar a organizar o evento, você pode contribuir ensinando e compartilhando seus conhecimentos, ensinando e preparando as pessoas que vão participar. São muitas oportunidades! Se você não consegue participar, também pode ajudar!
Referências
Brasil. 2021. Olímpiadas Científicas. Acesso em: 21/10/2023. Disponível em <https://www.gov.br/cnpq/pt-br/assuntos/popularizacao-da-ciencia/olimpiadas-cientificas>
DELUCIA, Juliana et al. Olimpíada científica como influência formativa no ensino básico. Revista Ciências & Ideias ISSN: 2176-1477, p. 177-194, 2017.
DUARTE, Aparecida Rodrigues Silva; GALVÃO, Maria Elisa Esteves Lopes. Olimpíada paulista de matemática: quase quatro décadas de incentivo ao estudo da matemática. Revista Brasileira de História da Matemática, v. 14, n. 29, p. 129-143, 2014.
Macêdo, Raimundo. 2019. Discurso de Posse do Presidente da SBC 2019-2023. Acesso em: 21/10/2023. Disponível em: <https://www.sbc.org.br/2148_discurso_presidente_mandato_2021-2023>
REZENDE, Flávia; OSTERMANN, Fernanda. Olimpíadas de ciências: uma prática em questão. Ciência & Educação (Bauru), v. 18, p. 245-256, 2012.
Pessoas Autoras
Estela Miranda Batista: é formada em Ciência da Computação pela UFV Campus Florestal (2022), atualmente cursando o mestrado em Ciência da Computação pela UFV, com foco em Diversidade de Gênero em Jogos Indie. Desde 2018, participa do projeto de extensão MinasCoders da UFV, onde atuou como treinadora de maratonas de programação, e atualmente como pesquisadora. Em 2020, também começou a participar do NuPESSC (Núcleo de Pesquisa em Engenharia de Software Social e Colaborativa), onde atuou no desenvolvimento da biblioteca RIT e aplicações dos dados extraídos pela biblioteca em diversidade de gênero.
Thais Regina de Moura Braga Silva: possui graduação (2004), mestrado (2006) e doutorado (2010) em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É professora associada da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal (UFV-Campus Florestal) e tem atuado, desde 2001, em projetos de pesquisa, desenvolvimento e extensão nas áreas de sistemas distribuídos, redes de sensores sem fio, Internet das Coisas e computação ciente de contexto. Na UFV integra a coordenação do NesPED (Núcleo de Estudos em Sistemas Pervasivos e Distribuídos), além de ser uma das fundadoras e coordenadoras do programa de extensão e desenvolvimento MinasCoders, que visa atrair e engajar meninas para a área de tecnologia. Coordena, dentro do MinasCoders, o projeto PinkBits, responsável pelo treinamento e engajamento de meninas em competições de programação locais, regionais e nacionais. Acredita que a equidade de gêneros pode transformar o mundo em um lugar melhor!
Gláucia Braga e Silva: possui graduação em Ciência da Computação (2002) pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), mestrado (2007) e doutorado (2013), também em Computação, pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). É professora associada do curso de Ciência da Computação da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal (UFV-Campus Florestal). Tem atuado, como coordenadora do NuPESSC (Núcleo de Pesquisa em Engenharia de Software Social e Colaborativa), em projetos de pesquisa e desenvolvimento nas seguintes linhas de pesquisa: Aspectos humanos, sociais e colaborativos da Engenharia de Software, Mineração de Repositórios de Software, Diversidade nos projetos de software. Na UFV, é uma das fundadoras e coordenadoras do programa de extensão e desenvolvimento MinasCoders, que visa atrair e engajar meninas para a área de tecnologia. Dentro do MinasCoders, coordena o projeto ++meninasComp, que vem realizando ações com alunas do ensino médio/técnico da comunidade de Florestal como forma de atrair mais meninas para as áreas de Informática e Computação.
Deógenes Silva Junior. Bacharel em Ciência da Computação pela UFMT. Mestre em Informática pela UFPR. Doutorando em Ciência da Computação na UFPR, laboratório IHC-IE, colaborando com pesquisas em Interação Humano Computador, Design Socialmente Consciente, Jogos e Informática na Educação. Deógenes tem interesse em design de tecnologias de forma participativa e socialmente consciente, Computação Ubíqua e Socioenativa, Informática na Educação, Acessibilidade, Privacidade, Cultura e Valores em Sistemas de Informação. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0758437549881898
Como citar este artigo
BATISTA, Estela Miranda; SILVA, Gláucia Braga; SILVA, Thais Braga; SILVA JUNIOR, Deógenes Pereira. Mapeando as Olimpíadas Científicas: Um Breve Olhar sobre o Passado e o Presente no Brasil. SBC Horizontes, outubro. 2023. ISSN 2175-9235. Disponível em: http://horizontes.sbc.org.br/. Acesso em: DD mês. AAAA.